Morre Rita Lee, ícone da música brasileira, aos 75 anos

Rita Lee, a lendária cantora e compositora brasileira, faleceu aos 75 anos nesta segunda-feira (8) após lutar contra o câncer de pulmão. A notícia foi confirmada pela família da artista em comunicado nas redes sociais. "Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou", diz a mensagem

Rita foi uma figura essencial na incorporação do rock à revolução tropicalista e formou a banda brasileira de rock mais cultuada no mundo, os Mutantes. Ela também se destacou na carreira solo com músicas que agradaram ao público sem perder sua liberdade e irreverência.

Referência de criatividade e independência feminina durante seus quase 60 anos de carreira, Rita Lee nasceu em São Paulo em 1947. Ela começou a cantar com suas irmãs e, aos 16 anos, foi descoberta pelo cantor e produtor Tony Campello, que a convidou para gravar como backing vocal.

Os Mutantes

Em 1964, Rita ingressou no grupo Six Sided Rockers, que mais tarde se tornou os Mutantes, com Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Ela fez parte do período mais criativo e relevante da banda, de 1966 a 1972, gravando álbuns icônicos como "A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado" (70) e "Mutantes e Seus Cometas no País dos Bauretz" (72).

Carreira solo

Rita deixou os Mutantes em 1972 e lançou o primeiro álbum solo, "Build up". Ela gravou cinco álbuns com a banda Tutti Frutti, incluindo o aclamado "Fruto Proibido" (1975), que apresentou a música "Agora só falta você". Em 1979, ela iniciou uma parceria com seu futuro marido, Roberto de Carvalho, e lançou o bem-sucedido álbum "Rita Lee", com hits como "Mania de Você", "Chega mais" e "Doce Vampiro".

Nos anos seguintes, ela continuou a escrever e gravar canções pop-rock de sucesso, como "Saúde" (1981) e "Rita e Roberto" (1985). Em 2012, ela lançou seu último álbum de estúdio com canções inéditas, "Reza".

Vida pessoal e luta contra o câncer

Em 2016, Rita Lee lançou sua autobiografia, onde falou sobre sua vida pessoal e carreira. Ela também revelou que foi abusada sexualmente aos seis anos de idade. Nos últimos anos, a artista viveu em um sítio no interior de São Paulo com sua família.

Em maio de 2021, Rita foi diagnosticada com câncer de pulmão e seguiu tratamentos de imunoterapia e radioterapia. Ela lançou o último single de sua carreira, "Changes", em parceria com Roberto de Carvalho e Gui Boratto, em setembro do mesmo ano.

A morte da artista foi uma grande perda para a cultura brasileira, mas seu legado de criatividade, independência e irreverência permanecerá vivo na música brasileira."