Em meio à repercussão de um vídeo divulgado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que denuncia supostas fraudes no INSS, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu rapidamente com uma estratégia coordenada de enfrentamento nas redes sociais. A ofensiva foi liderada por nomes estratégicos do governo, como a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ).
"Foi no governo Bolsonaro que as quadrilhas criaram entidades fantasmas para roubar os aposentados, sem que nada fosse feito para investigá-las ou coibir sua ação no INSS", publicou a ministra.
Nikolas, por sua vez, compartilhou uma reportagem apontando que Gleisi tentou impedir a criação de uma comissão de inquérito no Congresso para investigar o caso. Ele ironizou a movimentação afirmando que “quem deve, teme”. A resposta veio na mesma publicação: “quem deve e teme investigação é Bolsonaro”, rebateu Gleisi.
Lindbergh Farias também entrou na disputa, divulgando um vídeo em suas redes para contestar os argumentos do deputado mineiro. O parlamentar afirmou que as investigações só avançaram graças à atual gestão e que a oposição tenta manipular a narrativa para desgastar o governo.
Nos bastidores do Congresso Nacional, líderes avaliam que, por ora, o governo conseguiu esfriar a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as fraudes. O protocolo do pedido, previsto para esta semana, foi cancelado de última hora. A avaliação é de que o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), atuou para adiar o movimento da oposição.
Como parte da estratégia política para acalmar os ânimos, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de resolução que suspende a ação do Supremo Tribunal Federal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), acusado de envolvimento em tentativa de golpe. A medida foi lida nos bastidores como uma concessão à oposição, ao passo que o governo foca em conter o avanço das acusações sobre o caso do INSS.
A ofensiva governista nas redes sociais visa não apenas proteger a imagem do presidente Lula, mas também evitar o avanço de uma CPI que poderia gerar um desgaste prolongado no cenário político. O caso segue mobilizando parlamentares e deve permanecer no centro do debate nos próximos dias.
Enquanto isso, Nikolas Ferreira continua impulsionando o tema nas redes e cobrando responsabilizações. A disputa entre governo e oposição em torno do INSS agora ganha um novo campo: o da opinião pública, onde os embates virtuais passam a ter tanto peso quanto os debates no plenário.