Metade dos casais brasileiros brigam por causa de dinheiro, aponta pesquisa

As dificuldades financeiras vividas pelos brasileiros têm ultrapassado os limites dos orçamentos domésticos e atingido diretamente os relacionamentos. Um estudo recente divulgado pela Serasa nesta segunda-feira (9) apontou que 53% dos entrevistados consideram o dinheiro o principal fator de desentendimento entre casais no país.

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Além disso, o levantamento revelou que 49% das pessoas já esconderam algum problema financeiro de seus parceiros, atitude que, segundo os participantes, desencadeou episódios de estresse e conflito na relação. As discussões também envolvem questões como decisões financeiras impulsivas, ausência de planejamento e gastos com produtos considerados supérfluos.

Valéria Meirelles, psicóloga do dinheiro da Serasa, explica que muitos casais enfrentam a chamada infidelidade financeira por receio de revelar fragilidades ou por medo de perder o parceiro. Para ela, alinhar expectativas e tratar com transparência a realidade econômica de cada um é fundamental para evitar atritos e planejar um futuro mais estável juntos.

A pesquisa também revelou que o aspecto financeiro influencia até os primeiros momentos de um relacionamento. Conforme o levantamento, 24% dos participantes confessaram já ter investigado a situação econômica de alguém antes de iniciar um envolvimento amoroso, e 9% foram além, consultando até mesmo o CPF da pessoa em questão.

Segundo Valéria, esse tipo de investigação reflete a importância de se conhecer o estilo de vida, os hábitos de consumo e o grau de responsabilidade financeira do parceiro, fatores que podem indicar compatibilidade ou não entre os dois.

Mesmo após o fim do relacionamento, os impactos financeiros ainda são sentidos. De acordo com o estudo, 41% dos brasileiros já tiveram o nome negativado devido a dívidas geradas por um ex-companheiro, enquanto 45% afirmam que contraíram dívidas depois do término. A psicóloga destaca que decisões precipitadas, como empréstimos ou uso do cartão de crédito em nome do parceiro, costumam ser motivadas por ilusões românticas, mas podem resultar em prejuízos duradouros.

O levantamento foi conduzido pelo Instituto Opinion Box, entre os dias 19 e 22 de maio, e ouviu 1.120 pessoas de diferentes idades e regiões do país.