Minas Gerais lidera a produção de cachaça, o destilado bilionário

Minas Gerais se destaca como o maior produtor de cachaça do Brasil, concentrando 50% dos alambiques do país. A força mineira é significativa, detendo 353 dos alambiques e sendo responsável por 50% da produção certificada nacional, consolidando o estado como referência no mercado de destilados. No âmbito regional, a região Sudeste demonstra seu protagonismo, congregando 66,2% das cachaçarias e, por consequência, da produção nacional.

Potencial de produção ainda inexplorado

De acordo com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), o Brasil detém a capacidade de produzir até 1,2 bilhão de litros anualmente. Entretanto, no momento, o país opera com apenas 800 milhões de litros, uma margem que sinaliza a possibilidade de um significativo aumento na produção. Em 2021, segundo o anuário da cachaça do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a produção estava a cargo de 936 produtores formalizados, responsáveis por um total de 4.969 rótulos.

Cachaça: uma bebida brasileira no exterior

A cachaça tem alcançado notoriedade além das fronteiras brasileiras. Em 2022, as exportações dessa tradicional bebida brasileira geraram uma receita de 18,47 milhões de dólares, o que representa um aumento de 54,74% em relação ao ano anterior. Esse valor é o maior registrado nos últimos 12 anos, o que aponta para o crescente interesse global na "marvada" brasileira.

Inovação e evolução na indústria da cachaça

A Expocachaça, evento de Belo Horizonte, serve como plataforma para a divulgação do destilado, reunindo na última edição 160 expositores de 18 estados. O presidente do evento, José Lúcio Mendes, ressaltou a evolução da indústria, mencionando que "Até o fim da década de 1990, a cachaça carregava um preconceito muito grande. Hoje, o Brasil não só exporta a cachaça, mas os maquinários para outros países produzirem tequila e whisky."

Avanço tecnológico e a qualidade da cachaça

A Fábrica de Alambiques Santa Efigênia, com 75 anos de mercado, exemplifica essa evolução. Renato de Carvalho, dono da empresa, aponta que a parceria com universidades tem permitido o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias. “Nós desenvolvemos novos pratos de destilação, novas formas de resfriamento, métodos que mantém a qualidade com eficiência," declarou.

Além disso, o setor que fabrica barris, fundamental para a armazenagem e qualidade da bebida, também tem buscado inovação. O responsável pela Tanoaria Agulhas Negras, Luis Cláudio Nogueira, compartilhou que a demanda por madeiras novas e diferentes tem aumentado. "Hoje nós trouxemos para feira os barris de amendoim e já vendemos quase todos," comemorou. Assim, a qualidade do material dos barris, que influencia diretamente o tom e aroma da cachaça, também tem recebido atenção especial na indústria