Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), em parceria com a Educa Insights, revelou um cenário preocupante: 34% dos jovens com potencial de acesso ao ensino superior afirmam que teriam conseguido ingressar em uma faculdade no primeiro semestre de 2025 caso tivessem interrompido os gastos com apostas esportivas.
Foto: Pexels A maioria desses apostadores é composta por homens com idade entre 26 e 35 anos, trabalhadores, com filhos, pertencentes às classes C e D, que estudaram em escolas públicas durante o ensino médio. A pesquisa mostra ainda que os maiores impactos foram observados nas regiões Sudeste e Nordeste, onde o adiamento da entrada na universidade está fortemente associado ao uso de plataformas de apostas.
Quando se observa a projeção para o primeiro semestre de 2026, estima-se que cerca de 986 mil, entre os quase 2,9 milhões de estudantes potenciais para a rede privada de ensino superior, correm o risco de não efetivar suas matrículas por conta do comprometimento financeiro com apostas online.
Outro dado relevante é que 14% dos estudantes que já estão matriculados em instituições privadas admitem que os gastos com apostas contribuem para atrasos nas mensalidades ou até mesmo para o trancamento do curso.
De acordo com Paulo Chanan, diretor geral da Abmes, as apostas online têm se mostrado um novo obstáculo ao acesso à educação superior no Brasil. Ele destaca a necessidade de políticas públicas que conscientizem os jovens sobre as responsabilidades envolvidas nesse tipo de prática.
A pesquisa, intitulada “O impacto das bets na educação superior – Onda 2”, foi realizada entre os dias 20 e 24 de março de 2025, com 2.317 entrevistados de 18 a 35 anos, oriundos de todas as regiões e classes sociais do país, que demonstraram interesse em ingressar em instituições privadas de ensino superior.