
Um levantamento global destaca o Brasil como um dos países onde as pessoas passam mais tempo em frente a telas, com média de 9 horas e 32 minutos diárias. Especialistas alertam para os perigos dessa dependência, que vai além de questões ortopédicas, afetando também a saúde ocular e psicológica.
O impacto na saúde física e mental
Lorena Chaves, uma consultora de marketing de Belo Horizonte, é o retrato de um comportamento que se torna cada vez mais comum entre os brasileiros. “O único momento que não mexo no smartphone é na hora que estou dormindo”, confessa. Durante a pandemia, a dependência do celular se intensificou, levando-a a desenvolver tendinite em ambos os braços devido ao uso excessivo do aparelho. As dores persistem até hoje.
O ortopedista Thiago Alvares de Campos, do Hospital Santa Casa de Belo Horizonte, explica que o caso de Lorena não é isolado. Ele menciona que o uso prolongado de smartphones pode causar problemas ortopédicos em diversas partes do corpo. “Manter a cabeça para baixo aumenta a pressão sobre a coluna cervical, gerando dor no pescoço. No ombro, a falta de apoio para os braços resulta em dores musculares. Nas mãos, há o risco de desenvolver tendinite de De Quervain e síndrome do túnel do carpo”, detalha Campos. Embora medicamentos e fisioterapia sejam os tratamentos mais comuns, casos graves podem necessitar de cirurgia.
A psicóloga Carol Sampaio aponta que o vício em telas está ligado à forma como a luz emitida por esses dispositivos altera a produção de hormônios no cérebro. “A luz transforma a melatonina, que estimula o sono, em serotonina, conhecida como o ‘hormônio da felicidade’. Isso, aliado à liberação de dopamina, pode criar uma dependência”, explica a especialista.
Problemas oculares em ascensão
O uso excessivo de smartphones também traz riscos significativos para a saúde ocular. Glauber Coutinho Eliazar, oftalmologista do Instituto de Olhos Ciências Médicas, destaca que o hábito de focar em telas reduz a frequência de piscadas, essencial para manter a lubrificação dos olhos. “Isso pode causar irritação e aumentar o atrito entre a pálpebra e a córnea, além de reduzir a proteção contra substâncias estranhas”, alerta. Eliazar ainda menciona que o uso prolongado de telas pode levar ao cansaço visual digital, dores de cabeça, visão embaçada e até ao aumento da miopia.
Explosão do uso de smartphones no Brasil
O Brasil já conta com 258 milhões de smartphones habilitados, uma média de 1,2 aparelhos por habitante, conforme revela uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV). Fernando Meirelles, professor de TI da FGV-SP, explica que essa tendência se deve ao crescente uso de smartphones em substituição aos computadores, especialmente entre os mais jovens. “O celular se tornou essencial para educação, finanças, relacionamento e trabalho. É um fenômeno que só tende a aumentar”, analisa Meirelles.
A publicitária Ana Luiza Figueiredo, de 22 anos, é exemplo dessa nova realidade. Com múltiplas contas em redes sociais, ela reflete sobre a dificuldade de imaginar a vida sem a ajuda dos smartphones. “Dá para viver sem, é verdade, mas a gente já acostumou muito. Pensar em viajar sem o Google Maps ou pedir comida sem um aplicativo de delivery é quase impensável”, comenta Ana Luiza.
Brasil lidera tempo de tela na América do Sul
De acordo com o relatório da DataReportal, o Brasil é o segundo país entre 45 analisados em que as pessoas passam mais tempo conectadas. A média mundial é de 6h37 por dia, e o único país que supera o Brasil é a África do Sul, com 9h38 diárias. Outros países sul-americanos também figuram no top 10, como Argentina (9h01), Colômbia (9h) e Chile (8h36). Por outro lado, países como Estados Unidos (6h59) e Japão (3h45) apresentam médias bem inferiores.
O crescente tempo de exposição às telas no Brasil levanta preocupações sobre os impactos na saúde e o desafio de equilibrar o uso da tecnologia com o bem-estar físico e mental.
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