Uma parcela expressiva da população brasileira ainda se mostra contrária à ideia de uma nova candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026. Segundo levantamento recente da Genial/Quaest, divulgado nesta quarta-feira (9/10), 56% dos entrevistados afirmaram que o petista não deveria tentar a reeleição.

Foto: Presidência

Apesar da maioria contrária, o cenário apresenta mudanças importantes desde o primeiro semestre do ano. Em maio de 2025, a rejeição ao nome de Lula chegou ao pico de 66%, mas desde então caiu dez pontos percentuais. No mesmo período, o apoio ao presidente subiu de 32% para 42%, mostrando uma tendência de recuperação da imagem do petista junto ao eleitorado.

A pesquisa ouviu 2.004 eleitores entre os dias 2 e 5 de outubro, em 120 municípios espalhados pelo país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

A análise segmentada por perfil político indica uma forte polarização. Entre os eleitores que se identificam como 'lulistas', o apoio à candidatura de Lula é quase unânime: 84% querem vê-lo novamente na disputa. Já entre os que se dizem 'bolsonaristas', 97% se opõem a essa possibilidade. O grupo dos 'independentes', por sua vez, que tende a definir o resultado de eleições majoritárias, apresenta um índice de 66% contra a reeleição de Lula.

Além disso, o estudo traz dados complementares sobre o cenário eleitoral para 2026. Mesmo diante da resistência a uma nova candidatura, Lula lidera em todos os cenários simulados de segundo turno. Em um eventual confronto direto com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por exemplo, o presidente venceria com 47% dos votos, contra 32% do adversário – uma vantagem de 15 pontos percentuais.

Outro dado revelador é a percepção do eleitorado sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro: 76% dos brasileiros acreditam que ele deveria desistir de concorrer novamente e apoiar outro nome da direita. Ainda assim, o nome de Lula se mantém forte em simulações eleitorais, vencendo todos os nove cenários de segundo turno testados pela pesquisa, com vantagens que variam entre 9 e 23 pontos.

O levantamento reforça que, embora ainda exista resistência a uma nova candidatura de Lula, sua posição no tabuleiro eleitoral é sólida – especialmente diante da fragmentação da oposição.

Com um ano eleitoral cada vez mais próximo, o comportamento do grupo de eleitores independentes e a capacidade de articulação dos partidos serão cruciais para definir os rumos do pleito de 2026. A expectativa é que o debate sobre reeleição, alianças e novos nomes ganhe intensidade nos próximos meses, com Lula já ocupando posição de destaque nas pesquisas.