O Ministério da Saúde definiu que profissionais da saúde e adultos de 50 a 59 anos serão os primeiros a receber a nova vacina contra a dengue do Instituto Butantan, prevista para começar a ser aplicada pelo SUS até o fim de janeiro de 2026. O imunizante é de dose única, protege contra os quatro sorotipos do vírus e é produzido integralmente no Brasil.
Imunizante contra a dengue produzido pelo Instituto Butantan
Foto: Divulgação / Governo de SP.
O primeiro lote terá 1,3 milhão de doses, todas destinadas à rede pública. A campanha começará por grupos prioritários, definidos a partir de análise técnica e do perfil epidemiológico da doença no país.
Na fase inicial, a imunização alcançará dois grupos principais: trabalhadores da Atenção Primária em saúde de todo o país e adultos de 50 a 59 anos, com início pelos mais velhos e expansão progressiva para as demais idades dentro dessa faixa.
A ideia é proteger primeiro os profissionais que atuam diretamente na rede básica e, conforme a produção aumentar e mais doses forem entregues, ampliar a vacinação para o público em geral.
A data exata de início ainda não foi fechada, mas a previsão é que as aplicações comecem até o fim de janeiro de 2026, de acordo com o ministro Alexandre Padilha.
A meta do Ministério da Saúde é, junto com estados e municípios, iniciar essa vacinação até o final de janeiro. Já começarmos esse esforço vacinal e a divulgação junto a esse público.
Alexandre Padilha
Segundo o ministro, a estratégia acordada com especialistas é começar pelos mais idosos dentro do grupo de 50 a 59 anos e avançar gradualmente para os mais jovens. Um estudo clínico específico para pessoas acima de 60 anos deve ser iniciado no começo do próximo ano.
A Anvisa autorizou o Instituto Butantan a realizar avaliação para o público com mais de 60 anos. Com os resultados, o governo pretende definir, no futuro, a ampliação da vacinação também a essa faixa etária.
Desde 2024, o SUS já oferece outra vacina contra a dengue, destinada a adolescentes de 10 a 14 anos. Mais de 7,4 milhões de doses desse imunizante, de origem japonesa, já foram aplicadas nesse grupo.
O Ministério da Saúde informou que essa vacina seguirá em uso para o público mais jovem, enquanto o produto do Butantan será direcionado inicialmente às pessoas de 15 a 59 anos, começando pelos mais velhos e ampliando a cobertura gradualmente.
Para crianças de até 10 anos, não há, por ora, previsão de ampliação de estudos por parte do Instituto Butantan. Assim, esse público não está incluído no novo esquema de vacinação anunciado.
Parte das doses será destinada a uma avaliação de impacto da vacinação em Botucatu, no interior de São Paulo. A expectativa é imunizar cerca de 50% da população de 15 a 59 anos na cidade, escolhida por causa da predominância do sorotipo DENV-3 na região.
Outros municípios com perfil semelhante de circulação do vírus também poderão ser incluídos em ações parecidas, segundo o ministério.
De acordo com a Anvisa, a vacina do Butantan apresentou 74,7% de eficácia contra dengue sintomática em pessoas de 12 a 59 anos e 89% de proteção contra formas graves da doença. Esses resultados sustentam o uso do imunizante na rede pública.
Mesmo com a redução de 75% nos casos de dengue em 2025, o Ministério da Saúde reforça que a vacinação não substitui as ações de controle do mosquito. Continuam essenciais medidas como eliminar recipientes que acumulam água, instalar telas em portas e janelas e manter reservatórios sempre limpos.
