Bolsonaro buscará autorização do STF para visitar Israel após convite de Netanyahu

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) planeja solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberação de seu passaporte internacional, com o objetivo de aceitar um convite do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma visita ao país. Esse movimento ocorre em um contexto de busca pela melhoria das relações diplomáticas entre Brasil e Israel, conforme informações apuradas junto à defesa do ex-presidente.

A necessidade de autorização do STF deriva da apreensão do passaporte de Bolsonaro pela Polícia Federal, resultado de sua implicação na operação Tempus Veritatis, que investiga alegações de uma tentativa de golpe para permanecer no poder.

Durante um encontro no sábado (9), Bolsonaro revelou ter recebido uma carta de Netanyahu, que expressou o desejo de sua visita à região, enfatizando o conflito entre Israel e o Hamas. Na ocasião, Bolsonaro condenou as ações do Hamas, descrevendo-as como um "massacre", "covardia" e "terrorismo".

Contexto Diplomático Atual Entre Brasil e Israel

As relações entre Brasil e Israel atravessaram um período de tensões após declarações do atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou as mortes de palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto, levantando críticas severas do lado israelense. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, chegou a declarar Lula "persona non grata", exigindo uma retratação por suas palavras.

Contudo, Lula suavizou sua posição sem mencionar o Holocausto em declarações subsequentes, mas manteve críticas ao alegar um "genocídio" na Faixa de Gaza por parte de Israel, sem apresentar um pedido formal de desculpas.

Esforços para Renovação das Relações Diplomáticas

Em uma nota positiva, Jonathan Peled, representante da diplomacia israelense, indicou na última quinta-feira (7) que o governo de Israel está aberto a restabelecer as relações diplomáticas com o Brasil, sinalizando uma potencial melhora na comunicação e interação entre as duas nações após o convite a Bolsonaro e os esforços de reconciliação diplomática.