Facção criminosa assume assassinato de candidato presidencial no Equador

Em uma recente escalada de violência política no Equador, o candidato à presidência, Fernando Villavicencio, foi brutalmente assassinado após um evento de campanha em Quito, a capital do país. O grupo que assumiu a responsabilidade por este hediondo ato foi a facção criminosa "Los Lobos".

Um vídeo divulgado em plataformas de redes sociais mostra um porta-voz do referido grupo, ladeado por integrantes armados e encapuzados, declarando que Villavicencio não cumpriu acordos estabelecidos com a facção. A mensagem foi clara: "Queremos deixar bem claro a toda nação equatoriana que cada vez que os políticos corruptos não cumprirem com as promessas que estabelecemos quando recebem nosso dinheiro - que são milhões de dólares -, para financiar suas campanhas, serão dispensados".

Novas ameaças emergem

Ameaças mais sinistras surgiram do comunicado da facção. Jan Topic, outro candidato à presidência, foi citado de forma direta, sendo alertado para manter sua palavra, sob o risco de enfrentar consequências semelhantes às de Villavicencio.

Reação do Governo

Com o país em choque após o ataque, o presidente Guillermo Lasso tomou medidas drásticas, declarando estado de exceção em todo o território equatoriano. Esta ação visa principalmente garantir a segurança da próxima eleição, programada para 20 de agosto. Em suas palavras, Lasso declarou: "As Forças Armadas, a partir deste momento, se mobilizam em todo o território nacional para garantir a segurança dos cidadãos, a tranquilidade do país e as eleições livres e democráticas em 20 de agosto". Essa medida estará em vigor por 60 dias, permitindo uma presença militar mais acentuada nas ruas.

Breve retrato de Fernando Villavicencio

Originário da província andina de Chimborazo, Villavicencio não era apenas um político. Ele atuou como funcionário e sindicalista na empresa estatal de petróleo, Petroecuador. Mais tarde, como jornalista, ele se dedicou a expor corrupção e perdas financeiras em contratos de petróleo. Durante sua campanha eleitoral, Villavicencio relatou ter recebido diversas ameaças do grupo criminoso "Los Choneros".

Contexto mais amplo

O Equador, tradicionalmente considerado pacífico, situa-se entre Peru e Colômbia, reconhecidos como grandes produtores de cocaína. O potencial de escoamento da produção através dos portos equatorianos no Oceano Pacífico tem atraído a atenção de facções criminosas, tornando a segurança e a luta contra o tráfico pontos centrais nas campanhas eleitorais.