Durante uma sessão do júri popular no 2º Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte, realizada na última terça-feira (9/9), um réu acabou sendo levado para a delegacia mesmo após ser absolvido da acusação de participação na morte de um idoso ocorrida em 2021. O motivo foi a descoberta de um pino de cocaína em sua posse, dentro do próprio tribunal.
“É esse o trabalho, a perspicácia, o tirocínio de uma corporação, que tem esse empenho, que tem esse cuidado, essa expertise de lidar com situações do dia a dia”,
A sessão julgava três homens acusados de participar de um crime brutal ocorrido na noite de 17 de setembro de 2021. Na ocasião, um idoso foi violentamente agredido com pedradas e pauladas. A vítima morreu, e seu corpo foi encontrado perto da pista marginal do Anel Rodoviário, na região do Parque Guilherme Lage, em Belo Horizonte. Outros três suspeitos também respondem pelo crime, mas com processos separados. Uma dessas pessoas é apontada como a mentora intelectual da execução.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) relata que o idoso teria consumido bebida alcoólica e, em seguida, feito suas necessidades fisiológicas em via pública. O ato foi interpretado como ofensivo por uma moradora da região, que teria espalhado que ele era estuprador e pedófilo. A mulher comunicou o fato a um grupo criminoso local, que teria então capturado, torturado e espancado a vítima antes de arrastá-la até uma vala.
Apesar da gravidade do crime, o Conselho de Sentença decidiu pela absolvição dos três réus julgados neste júri, seguindo o entendimento do próprio Ministério Público, que alegou falta de provas suficientes para condenação.
Entretanto, nem todos os envolvidos tiveram o mesmo desfecho. Um dos acusados foi condenado em abril de 2024 a 16 anos e 7 meses de prisão por homicídio qualificado. Seis meses depois, outro réu recebeu uma pena de 9 anos e 6 meses de reclusão. Já duas pessoas foram inocentadas na mesma data.