Dados das Estatísticas do Registro Civil 2024, divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (10), mostram que o número de divórcios no Brasil caiu pela primeira vez desde 2019. O país registrou, em 2024, 428.301 divórcios entre pessoas de sexos diferentes, uma redução de 2,8% em relação aos 440.827 registros de 2023. A queda interrompe uma sequência de quatro anos de alta nas separações.
Segundo o IBGE, em 2024 o país contabilizou 428.301 divórcios entre casais de sexos diferentes
Foto: Reprodução / Agência Brasil.
A Região Norte foi a única do país a registrar aumento nas dissoluções de casamentos, com alta de 9,1%. Já as regiões Sul (-1,4%), Sudeste (-2,5%), Nordeste (-3,1%) e Centro-Oeste (-11,8%) apresentaram recuo em comparação aos anos anteriores.
Em 2024, a cada 100 casamentos heterossexuais realizados, 45,7 terminaram em divórcio. A taxa geral foi de 2,7 separações conjugais por mil habitantes com 20 anos ou mais.
De acordo com a pesquisa, os homens se divorciam mais tarde: em média aos 44,5 anos. Entre as mulheres, a idade média no momento da separação é de 41,6 anos. O levantamento também indica redução no tempo médio entre o casamento e o divórcio. Em 2010, esse intervalo era de 16 anos; em 2024, passou para 13,8 anos.
O estudo revela que os divórcios entre casais com filhos menores continuam predominantes, respondendo por 45,8% das dissoluções judiciais em primeira instância. A guarda compartilhada ganhou espaço de forma significativa, passando de 7,5% em 2014 para 44,6% em 2024, e ultrapassou pela primeira vez a guarda unilateral materna, que ficou em 42,6%.
Os registros de casamentos civis em Cartórios de Registro Civil somaram 948.925 em 2024, alta de 0,9% em relação ao ano anterior. Apesar do crescimento, o total ainda não recuperou o patamar pré-pandemia observado entre 2015 e 2019.
O Centro-Oeste foi a região com maior expansão nos casamentos civis, com alta de 2,6%, seguido pelo Sul (2,3%), Norte (1,5%) e Sudeste (1,1%). O Nordeste foi a única grande região a registrar queda, de 1,4%.
Os casamentos entre pessoas do mesmo sexo bateram recorde em 2024, com 12.187 registros, o que representa aumento de 8,8% em relação a 2023, quando foram contabilizados 11.198. Desse total, uniões entre cônjuges femininas responderam por 64,6%.
O número de casamentos homoafetivos cresceu no Centro-Oeste (28,2%), Nordeste (16,4%), Sudeste (6,1%) e Sul (4,2%). O Norte foi a única região a apresentar queda nesses registros, com recuo de 4,2%.
