Saúde

Dengue: vacinação de profissionais de saúde começa em janeiro

Imunização começará com dose única para profissionais da atenção primária e, a partir de 2026, será ampliada gradualmente para pessoas de 59 a 15 anos, em paralelo à oferta da Qdenga pelo SUS

10/12/2025 às 10:52 por Redação Plox

O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (9/12), as diretrizes para o uso da vacina nacional contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan. O imunizante, de dose única, será aplicado inicialmente em profissionais da saúde e, em seguida, terá o público-alvo ampliado.

As primeiras 1,3 milhão de doses serão destinadas à atenção primária, contemplando trabalhadores de unidades básicas de saúde (UBSs) e equipes que fazem visitas domiciliares. A previsão é de que as aplicações ocorram até o fim de janeiro de 2026.

A atenção primária é a porta de entrada para os casos de dengue, por isso é fundamental proteger o mais rápido possível esses profissionais ministro Alexandre Padilha

Imunizante contra a dengue desenvolvido pelo Instituto Butantan

Imunizante contra a dengue desenvolvido pelo Instituto Butantan

Foto: Governo de São Paulo/Divulgação



Vacinação nacional deve avançar por faixa etária

O Ministério da Saúde trabalha com a perspectiva de ampliar o público-alvo à medida que a produção do Instituto Butantan aumente. A campanha em larga escala, prevista para começar ainda no primeiro semestre de 2026, deve iniciar pela população de 59 anos e, gradativamente, alcançar pessoas a partir de 15 anos.

A estratégia é priorizar adultos mais velhos que não tiveram acesso à vacina Qdenga, da farmacêutica Takeda, pelo SUS. Esse imunizante está disponível desde o início do ano apenas para adolescentes de 10 a 14 anos. Além disso, esse grupo etário está mais próximo da faixa idosa, em que a dengue registra maior letalidade.

A ampliação da oferta depende da parceria técnica entre o Instituto Butantan e a empresa chinesa WuXi Vaccines, que assumirá etapas de produção e de transferência de tecnologia, aumentando a capacidade de fornecimento da vacina.

Estudo em Botucatu avaliará impacto da imunização em massa

Parte das primeiras doses será destinada a Botucatu, em São Paulo, onde será conduzido um estudo para avaliar o impacto da vacinação ampla em uma faixa etária específica. A estratégia incluirá moradores de 15 a 59 anos e será implementada em ritmo mais acelerado do que no restante do país, para medir os efeitos da imunização no município.

Pesquisadores estimam que uma adesão entre 40% e 50% do público-alvo já seja suficiente para produzir redução relevante nas mortes por dengue. O estudo pretende avaliar a diminuição de casos e mudanças na dinâmica de transmissão do vírus, servindo de base para futuras políticas públicas e podendo ser replicado em outras regiões.

Botucatu já havia participado de uma experiência semelhante durante a pandemia de Covid-19. Agora, o município será monitorado continuamente para acompanhar a resposta à nova vacina, em um cenário marcado pela predominância do sorotipo DENV-3, associado ao aumento expressivo de casos em 2024.

Vacina da Takeda segue disponível para adolescentes

Paralelamente à nova vacina nacional, o Sistema Único de Saúde (SUS) já oferece um outro imunizante contra a dengue, produzido pelo laboratório japonês Takeda e aplicado em duas doses. Ele é indicado para adolescentes de 10 a 14 anos.

O Brasil passou a utilizar essa vacina em 2024 na rede pública e se tornou pioneiro na oferta de imunização contra a dengue em larga escala pelo SUS, voltada inicialmente a essa faixa etária.

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