Reformulação no programa Minha Casa, Minha Vida abre caminho para o aumento da procura por imóveis

O panorama do mercado imobiliário brasileiro pode mudar significativamente devido à recente atualização das regras do programa Minha Casa, Minha Vida. A projeção é que a demanda por imóveis na cidade de São Paulo seja ampliada em 76,3% graças ao ajuste do teto de financiamento para R$ 350 mil na Faixa 3 do programa. Estes números são estimativas do DataZAP+, um instituto de pesquisas e dados imobiliários.

Ampliação dos Benefícios para Famílias com Renda de até R$ 8.000

As famílias que possuem uma renda mensal de até R$ 8.000 agora poderão desfrutar dos benefícios proporcionados pela Faixa 3 do Minha Casa, Minha Vida. Além de poderem financiar imóveis com valor de até R$ 350 mil, estas famílias serão beneficiadas com taxas de juros anuais entre 7,16% e 7,66% - índices inferiores aos praticados no mercado atualmente. Outra vantagem é a extensão do prazo de pagamento, que agora chega a 35 anos.

Desempenho de mercado e expectativas

A pesquisa do DataZAP+ aponta uma demanda média anual estimada de 1.618 financiamentos para imóveis cujos valores oscilam entre R$ 180 mil e R$ 264 mil, sugerindo que, ainda que o número de famílias elegíveis seja maior, somente uma parcela delas estará disposta a financiar um imóvel pelo programa em 2023. Estes dados foram obtidos por meio de um cruzamento de informações da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com os registros do DataZAP+.

A análise considera ainda que a cidade de São Paulo detém um vasto catálogo de imóveis - mais de 2,5 milhões de domicílios com valores mínimos de R$ 180 mil. "A expectativa é que o aumento do valor máximo do imóvel na Faixa 3 do Minha Casa, Minha Vida impulsione o mercado imobiliário em São Paulo e proporcione a realização do sonho da casa própria a um número maior de famílias", declara Pedro Tenório, economista do DataZAP+.

Implementação das novas condições

A Caixa Econômica Federal iniciou na última sexta-feira (7) os contratos de financiamento imobiliário com base nas novas regras estipuladas para o Minha Casa, Minha Vida. O programa agora permite a utilização de recursos do FGTS para financiar habitação popular.

Mudanças que beneficiam famílias de diferentes faixas de renda

Neste novo cenário, famílias com renda de até R$ 2.000 podem financiar imóveis com taxa de juros nominais a partir de 4% ao ano pela Faixa 1 do programa. Para a Faixa 3, a novidade está no valor dos imóveis que podem ser financiados - até R$ 350 mil - para famílias que possuem renda entre R$ 4.400,01 e R$ 8.000.

Houve também uma ampliação no valor do subsídio para a aquisição do imóvel pelo programa, passando de R$ 47,5 mil para até R$ 55 mil. Este benefício facilita a aquisição da casa própria para famílias com renda de até R$ 4.400 ao minimizar o valor da entrada.

Elevação do limite de renda e redução das taxas de juros

Foi implementada uma diminuição nas taxas de juros e o teto de renda na Faixa 1 do programa foi elevado de R$ 2.400 para R$ 2.640, permitindo que mais pessoas tenham acesso aos financiamentos e aos descontos oferecidos com recursos do FGTS.

Para famílias das Faixas 1 e 2, com renda de até R$ 4.400, o valor máximo do imóvel passa a oscilar entre R$ 190 mil e R$ 264 mil, variando de acordo com a localização do imóvel.

Além disso, a taxa de juros nominal para famílias com renda de até R$ 2.000 foi reduzida em 0,25 ponto percentual. Nas regiões Norte e Nordeste, passou de 4,25% ao ano para a partir de 4% ao ano, enquanto nas demais regiões, o índice caiu de 4,50% para 4,25% ao ano.

Simulação de financiamento imobiliário

A Caixa disponibiliza o aplicativo Caixa Habitação para Android e iOS, além do site oficial do banco, para quem deseja fazer uma simulação do financiamento imobiliário. Dessa forma, os clientes podem se informar sobre as linhas de financiamento habitacional, fazer simulações sobre a melhor opção e obter informações sobre o comparativo entre taxas.