Julgamento histórico no Vale do Aço condena esposa e comparsa por assassinar Caio Domingues

Depois de três dias de sessão, o julgamento no Fórum Geraldo Perlingeiro de Abreu, em Timóteo, terminou na noite de sexta-feira (8) com a condenação de Luith Silva Pires Martins, 41 anos, e João Victor Bruno Coura de Oliveira, 23 anos, pelo assassinato de Caio Campos Domingues, de 38 anos, ocorrido em 4 de abril de 2023, em Lavrinha de Jaguaraçu.

A juíza Marina Souza Lopes Ventura Aricodemes sentenciou Luith, apontada como mandante, a 25 anos de prisão em regime fechado. João Victor, executor do crime, recebeu pena de 13 anos e um mês por homicídio e mais um ano por posse de arma de fogo, beneficiado pela atenuante de ter menos de 21 anos na época do fato. Ambos seguem presos enquanto aguardam recursos.

Foto: Andressa Estevão/Plox

Segundo o Ministério Público, a motivação foi financeira. Endividada, Luith teria planejado a morte para herdar bens e receber o seguro de vida do marido. O acordo previa o pagamento de R$ 10 mil a João Victor pela execução.

O crime ocorreu na zona rural de Jaguaraçu. A vítima foi baleada dentro da caminhonete, ainda com o cinto afivelado. A primeira versão apresentada por Luith à polícia indicava um assalto, no qual ela teria sido obrigada a retirar uma bicicleta da carroceria do veículo, momento em que o marido foi atingido.

Foto: Andressa Estevão/Plox

As investigações mudaram de rumo no dia seguinte, com a prisão e confissão de João Victor, que revelou ter sido contratado pela esposa de Caio. Imagens mostraram os dois juntos antes do crime. Confrontada, Luith admitiu o plano, mas alegou que queria apenas “dar um susto” no marido. Para o MP, ela retornou ao local após o crime para simular socorro e encenar o roubo da bicicleta, tentando mascarar o homicídio como latrocínio.