Poucas horas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria para condenar Jair Bolsonaro no processo sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro compartilhou uma mensagem em suas redes sociais.
Foto: Reprodução A publicação, feita por meio de um story, destacou uma frase de cunho religioso:
"Há um Deus no céu que tudo vê, que ama a justiça e odeia a iniquidade\
. A mensagem foi interpretada por apoiadores como uma manifestação de apoio ao ex-presidente e uma crítica velada à decisão da Corte.
Na última sessão da Primeira Turma do STF, o placar ficou em 4 votos a 1 a favor da condenação de Bolsonaro. A ministra Cármen Lúcia foi a responsável por abrir a maioria, afirmando em seu voto que o Ministério Público havia apresentado provas consistentes de que Jair Bolsonaro liderou um grupo articulado, composto por membros das Forças Armadas, órgãos de inteligência e ex-integrantes do governo, com o objetivo de enfraquecer o sistema democrático e impedir a alternância de poder nas eleições.
Em seu voto, a ministra afirmou:
“A procuradoria fez prova cabal de que grupo liderado por Jair Messias Bolsonaro [...] desenvolveu e implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e minar o livre exercício dos demais Poderes Constitucionais, especialmente o Judiciário”
.
O ministro Cristiano Zanin acompanhou a maioria. Já Luiz Fux foi o único a se posicionar pela anulação do julgamento, alegando ausência de provas suficientes para sustentar a condenação.
Além de Bolsonaro, a Corte também condenou outras figuras ligadas ao governo anterior, incluindo o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. Também foram responsabilizados os ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid.
A repercussão da condenação continua a movimentar o cenário político, enquanto aliados de Bolsonaro classificam a decisão como perseguição. O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, declarou que trata-se de uma "suprema perseguição".