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No próximo ano, a Usiminas deverá interromper a produção proveniente do Alto-Forno 1, da usina em Ipatinga, Minas Gerais. O anúncio foi feito pelo próprio presidente da companhia, Marcelo Chara, durante encontro com a imprensa na manhã desta segunda-feira (11). O motivo que leva a essa paralisação é a alta na importação de aço chinês. Já há muitos anos, o setor do aço vem amargando sérias dificuldades por causa da invasão de aço chinês no Brasil. A China subsidia o produto e, conforme mencionado por executivos do Instituto Aço Brasil, tem “destruído” a economia brasileira.
Segundo o presidente da Usiminas, o aço chinês está sendo comercializado com preços “ridiculamente baixos” e parte do mercado brasileiro está comprando essa mercadoria, subsidiada pelo governo da China, comprometendo a competitividade no setor siderúrgico. “Não podem entrar produtos subsidiados nas economias livres. Não podem. É um dano. E se fala, não é com isso que conseguimos preços baratos? É fazer uma armadilha a si mesmo. É um autoengano. O barato sai caro, porque isso que entra subsidiado, destrói o trabalho do meu vizinho, a possibilidade de trabalho dos nossos filhos”, disse Marcelo Chara.
O aço chinês lidera as compras de consumidores locais, sob argumentos de que os produtos chegam ao país com preços mais em conta, mesmo considerando fretes e taxas alfandegárias. Do volume que entrou em setembro (549 mil toneladas), 56% veio da China, conforme dados publicados pelo Instituto Aço Brasil.
O consumo aparente, com aumento das importações, foi 8,5% maior em setembro e subiu 0,5% no acumulado de nove meses. A estimativa é encerrar o ano em queda de 1,5%, somando 23,2 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos.
Governo foi alertado
Os danos causados pela invasão do aço chinês e os alertas de um agravamento da situação já vem sendo feitos há muito tempo. Em junho de 2021, o PLOX acompanhou em Brasília a atuação de membros do Usiminas, através do Instituto Aço Brasil, junto ao Governo Brasileiro. Marcelo Chara, hoje presidente da Usiminas, ao lado de outras lideranças do setor, foram pedir um olhar mais atento ao perigo das importações vindas da China, isso ainda no Governo Bolsonaro. Já naquele tempo o grupo alertava que redução das tarifas de importação para este produto criaria um desequilíbrio prejudicial à nossa economia.
O presidente da Usiminas Sergio Leite de Andrade (ao centro da foto), conselheiro do Instituto Aço Brasil, destacou a importância do encontro e o “forte compromisso do Governo Federal com o crescimento da Indústria Brasileira”. O executivo informou que no encontro foram abordados temas referentes ao forte crescimento da Economia Brasileira em 2021, crescimento do consumo aparente de aço, Investimentos da Indústria do aço, abastecimento, Importação, exportação, projetos de Infraestrutura do Governo, gestão da Economia e outros temas.
Em entrevista ao Plox, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, comentou sobre o encontro com o presidente e os ministros, destacando que os resultados do setor do aço são muito positivos e que isso vai refletir positivamente em toda economia do país. Marco Polo também disse que há muitas especulações e narrativas de desabastecimento, que, na verdade, não procedem.
O abafamento do Alto-Forno 1 trará sérias consequências para a economia do Vale do Aço. A redução na produção acarretará demissões de trabalhadores locais. Perguntado sobre, o presidente preferiu não especular o número de rescisões, mas enfatizou ser necessário.
Aperam suspende projetos de investimento devido ao excedente de aço importado no mercado brasileiro
Em vista do momento de adversidade enfrentado pela indústria siderúrgica brasileira, com o excesso de aço importado no mercado e a queda nas vendas, a Aperam South America informa que decidiu postergar a terceira fase de seu plano de investimentos previsto para 2024/2025, um investimento extremamente alto.
Essa nova etapa estava planejada como continuação dos investimentos iniciados em 2021 e que estão atualmente em execução. O projeto que será adiado inclui a instalação de um novo laminador a frio de bobinas de alta produtividade com um nível de automação nunca antes visto.
Com o investimento, o objetivo das operações brasileiras da Aperam — a primeira siderúrgica no mundo em produtos siderúrgicos planos especiais a obter um balanço de carbono neutro nos escopos 1 e 2 — é se consolidar como uma referência global na indústria siderúrgica 4.0, e está totalmente preparada para atender às demandas para produção de aços mais complexos, assim sendo fundamental para a transição de energia e eletrificação do setor automotivo.
Durante a implementação do projeto, até 1500 vagas temporárias seriam geradas. "Como uma empresa que sempre acreditou no Brasil e no crescimento da economia, nos deparamos com um cenário muito desafiador que nos leva a repensar nossos planos de expansão para os próximos anos. Devido a uma questão de sustentabilidade do negócio, vamos reavaliar esse projeto", afirma o Diretor-Presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima.
Ayres Lima acredita que a entrada massiva de aço chinês no mercado brasileiro em 2023 associada à redução da demanda devido à desaceleração econômica mundial está asfixiando o setor siderúrgico nacional. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil, somente em setembro deste ano, as importações de aço da China cresceram 133,8% em relação ao mesmo mês de 2022, atingindo, assim, 549 mil toneladas.
Em específico no caso dos aços inoxidáveis e elétricos, que são o carro-chefe da Aperam, as importações cresceram 18% no primeiro semestre do ano em relação ao 1º semestre do ano anterior. No entanto, o número excessivo de produtos chineses no mercado, a política predatória de preços e a demanda reduzida representaram uma queda de mais de US$ 800 por tonelada nos preços internacionais, comprometendo seriamente os projetos de longo prazo da empresa. O problema não é novo, já que as importações de aço inoxidável nos últimos quatro anos cresceram 128%.
"Justificar novos investimentos na usina, mesmo com todo o diferencial da produção sustentável da Aperam, está se tornando cada vez mais desafiador. Os números não batem," disse o Diretor-Presidente da Aperam South America e BioEnergia. O executivo acrescenta que o aço chinês chega ao Brasil subsidiado pelo governo do país asiático e com a maior pegada de carbono do mundo, o que prejudica muito não só a competitividade da indústria siderúrgica nacional, bem como o processo de descarbonização do setor.
"Na Aperam, produzimos aço com baixos níveis de emissões de CO2. Plantamos florestas no Vale do Jequitinhonha que removeram aproximadamente 700.000 toneladas de CO2 da atmosfera por ano, além de nos permitir usar carvão vegetal renovável como um redutor na usina siderúrgica, em vez de coque, um combustível fóssil extraído da natureza. Paralisar nossos investimentos é um grande retrocesso para o Brasil.”
Vale a pena reforçar a importância do aço de alto desempenho que a Aperam South America produz para o Brasil e para o futuro de nosso planeta. Ao mesmo tempo em que o aço elétrico é essencial para a transição de energia, o aço inoxidável atende aos requisitos dos três pilares da economia circular – durabilidade, reciclabilidade e sustentabilidade.
O Diretor-Presidente da Aperam South America classifica a situação como "muito séria e insustentável", portanto, é uma grande ameaça à continuidade da produção nacional. Ele lembra que países como EUA, México, membros da União Europeia — e, possivelmente, o Chile agora — adotaram medidas para combater o comércio desleal chinês que "claramente causa um desvio de volumes de material para países como o Brasil."
"Para lidar com tal situação, é imperativo que o Brasil adote a mesma medida que os países supracitados imediatamente. Ou seja, uma taxa de importação de 25%. Se isso não for feito imediatamente, a indústria siderúrgica não voltará a funcionar sustentavelmente, e medidas amargas que estão sendo tomadas, como a redução de produção, demissões, adiamento ou cancelamento de investimentos irão continuar," disse Ayres Lima.
Ele salienta que a Aperam é altamente favorável ao livre mercado internacional, mas a agressividade chinesa que, por sua vez, ignora as regras da Organização Mundial do Comércio, tem minado a possibilidade da participação em mercados ao redor do globo como resultado da adoção de medidas protetivas, como a Seção 232 dos EUA, que estabelece um freio no volume de produtos que o Brasil pode exportar.
"Isto torna ainda mais importante que o Governo Federal adote medidas urgentes para salvaguardar toda uma indústria comprometida com o país, com investimentos previstos de R$ 63 bilhões, segundo o Instituto Aço Brasil, para os próximos quatro anos", afirma o Diretor-Presidente da Aperam South América.
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