Manifestantes protestam contra indicação de Flávio Dino ao STF nesse domingo

Neste domingo (10), ocorreram manifestações em diversas cidades brasileiras contra a indicação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento, que ganhou força com o apoio de parlamentares da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reuniu diversas personalidades políticas, incluindo os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Carla Zambelli (PL-SP), Mario Frias (PL-SP), André Fernandes (PL-CE), Gustavo Gayer (PL-GO), Paulo Bilynskyi (PL-SP), Maurício do Vôlei (PL-MG), e Marcel Van Hattem (Novo-RS), além dos senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES).

A convocação para as manifestações teve como mote a rejeição da indicação de Dino ao STF, destacando preocupações relacionadas ao seu histórico como ministro. Van Hattem expressou a importância de retornar às ruas de maneira pacífica, reiterando a necessidade de rejeitar a nomeação de Dino, destacando o momento crítico para o país.

Flávio Dino acumulou atritos com a oposição durante seu primeiro ano de mandato. Dificultou o acesso da CPMI do 8 de janeiro às imagens do Ministério da Justiça referentes às manifestações e faltou a convocações da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.

Eduardo Girão justificou a rejeição alegando que Dino debochou dos parlamentares no Senado, faltou a audiências na Câmara e representa uma ameaça à população brasileira, uma vez que defendeu o controle das mídias. Girão destacou a importância de uma manifestação ordeira, respeitosa e pacífica para influenciar os representantes no Congresso a rejeitar a indicação.

A pauta das manifestações foi centrada na rejeição de Dino ao STF. Lúcio Flávio, coordenador nacional da Marcha da Família, enfatizou que a manifestação tinha como objetivo principal a reprovação da indicação de Dino, argumentando que ele não atende aos requisitos de independência ideológica e partidária necessários para o cargo.

Estima-se que mais de 20 cidades participaram das manifestações, contando com o apoio de influenciadores e políticos de direita, como o ex-desembargador Sebastião Coelho. Além da oposição à indicação de Dino, outros temas foram abordados, incluindo a morte do empresário Cleriston Pereira da Cunha, manifestante do 8 de janeiro, cujas complicações de saúde levaram ao óbito.

O senador Magno Malta confirmou sua participação nas manifestações e criticou Dino, expressando descrença na mudança de postura do ministro caso assuma o cargo no Supremo. Malta ressaltou a responsabilidade do Senado em rejeitar a nomeação, considerando os episódios passados de deboche e desrespeito do ministro para com o Parlamento.

Nos bastidores do Senado, a aprovação de Dino na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no Plenário é considerada certa, com o relator Weverton Rocha indicando um piso de 50 votos favoráveis. A Frente Evangélica do Senado, composta por 15 membros, pode ser decisiva na confirmação ou rejeição da indicação, dada a tendência de um placar apertado. O senador Carlos Viana é um dos opositores de Dino nessa frente, enquanto Eliziane Gama apoia a indicação.