Zema acusa oposição de usar concessões no Vetor Norte para fins eleitorais

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), atribuiu à oposição na Assembleia Legislativa do estado uma tentativa de usar o projeto de concessão de rodovias no Vetor Norte da Grande BH como estratégia para obter ganhos eleitorais.

Em entrevista à Itatiaia, Zema disse que, mesmo após mudanças no projeto para atender às exigências legais, os deputados de oposição ingressaram com uma ação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), o que levou à suspensão do edital. $&&$“Sempre que há mudanças ou novos projetos, surgem aqueles que tentam tirar proveito eleitoral. Nós cumprimos todas as exigências, realizamos audiências públicas e adotamos os critérios necessários. Mas há grupos que exploram isso politicamente”$, afirmou o governador.

Zema também rebateu críticas ao modelo de pedágio, defendendo que São Paulo possui as melhores rodovias do país justamente por adotar concessões. Ele ressaltou que nenhum transporte coletivo será tarifado, que haverá descontos progressivos para usuários frequentes e que motoristas que utilizarem mais de uma vez ao dia pagarão apenas uma tarifa, como no caso de táxis e aplicativos.

Além disso, o governador criticou políticos que incentivam desvios de rotas para evitar pedágios, citando, sem mencionar nomes diretamente, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), possível candidato ao governo mineiro. Zema alertou que esse tipo de incentivo compromete o desenvolvimento da infraestrutura viária.

“Infelizmente tem gente aí que quer construir desvio para que ninguém pague pedágio. Daqui a pouco, vamos viver só de desvio. Nenhum país do mundo se desenvolveu assim. O Brasil precisa de boas estradas, que em muitos casos precisam ser pedagiadas porque o Estado não tem recursos, como foi quando assumi o governo”, completou.

O governador defendeu que o desenvolvimento da região metropolitana norte depende de rodovias mais modernas e com maior capacidade de tráfego. “O vetor norte precisa de estradas melhores. Sem isso, regiões como a que liga BH a Sete Lagoas não terão como crescer”, concluiu.

A suspensão das concessões foi determinada pelo conselheiro Agostinho Patrus, do TCE-MG, após ação dos deputados de oposição. Entre os problemas apontados estavam a realização de audiências públicas apenas de forma presencial e com divulgação insuficiente, mudanças de última hora no edital sem justificativas técnicas adequadas e tarifas consideradas altas. A decisão foi confirmada pelos demais membros do Tribunal.

A oposição argumenta que a medida visa proteger os cidadãos da Grande BH de impactos negativos dos pedágios, como aumento de custos para trabalhadores que circulam diariamente entre as cidades da região.