Mulher morre após cirurgia bariátrica em MG; família busca por respostas

Uma mulher de 48 anos, identificada como Eloísa Aparecida de Freitas, aguardava a aproximadamente 20 anos por uma cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS), morreu após o procedimento. Devido ao agravamento de sua saúde, ela entrou na justiça para acelerar o processo. Com a vitória judicial, o Estado depositou o dinheiro necessário para a cirurgia para a advogada, e todos os exames foram realizados.

Procedimento e alta hospitalar
A cirurgia ocorreu na quinta-feira, e a paciente foi liberada do hospital no sábado. No entanto, a alta hospitalar precoce é um dos pontos questionados pela família. “Por uma cirurgia tão invasiva assim, ela que estava com problema de saúde, não tinham nada que ter mandado ela para casa tão rápido assim”, afirmou a filha.
Problemas pós-operatórios e falha no atendimento de emergência
Logo após a alta, Eloísa começou a apresentar complicações. No sábado à tarde, ela reclamava de uma forte ardência nas pernas, que mais tarde se tornariam paralisadas. A família tentou buscar ajuda, mas enfrentou dificuldades na comunicação com os serviços de emergência. O hospital os direcionou à polícia, que por sua vez, recomendou que ligassem para o Serviço Voluntário de Resgate (Sevor). No entanto, o Sevor não conseguiu formar uma equipe a tempo.
“Minha mãe morreu dentro de casa esperando uma ambulância vir buscá-la. Se tivesse chegado mais cedo, ela não tinha morrido”, lamentou a filha. Apesar das tentativas desesperadas de obter assistência, a mulher faleceu em casa por volta da meia-noite, deixando um filho de 12 anos e um neto de dois anos.
Obesidade e tratamento bariátrico
A cirurgia bariátrica é uma das formas eficazes de tratar a obesidade mórbida, proporcionando aos pacientes uma chance de melhorar significativamente sua qualidade de vida. No entanto, a demora do SUS em aprovar a cirurgia pode resultar no agravamento da saúde dos pacientes. No caso desta mulher, a demora na aprovação do procedimento possivelmente contribuiu para o agravamento de seu estado de saúde, acarretando sua morte.
Sonho interrompido
Eloisa sonhava com a cirurgia bariátrica como um meio de melhorar sua qualidade de vida e cuidar de seus filhos e neto. Infelizmente, seu sonho foi interrompido de maneira trágica, levantando questões sobre a segurança e a eficácia do processo de alta hospitalar em casos de cirurgias complexas e a necessidade de um atendimento de emergência mais eficiente e ágil.