Empresário que matou gari é denunciado por homicídio triplamente qualificado e outros 3 crimes

O Ministério Público denunciou o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, de matar o gari Laudemir Fernandes, de 44 anos, por motivo fútil, em via pública e sem chance de defesa. O crime ocorreu em 11 de agosto e, segundo o MPMG, foi motivado por uma discussão banal no trânsito, causada pela breve interrupção do tráfego durante a coleta. Laudemir foi atingido no abdômen e morreu ainda no local. Renê Junior também vai responder por porte ilegal de arma, ameaça e fraude processual. A denúncia também envolve a esposa do empresário, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, que foi indiciada por prevaricação e por permitir o uso irregular da arma. Veja os detalhes na declaração do promotor de Justiça Claudio Barros nesta sexta-feira (12).

Além do homicídio triplamente qualificado, o empresário foi denunciado por porte ilegal de arma, ameaça — já que também teria ameaçado a motorista do caminhão de coleta — e fraude processual. De acordo com a Promotoria, ele tentou ocultar a arma do crime ao orientar sua esposa, delegada da Polícia Civil, a apresentar outra arma registrada.

Foto: Rede Social

A prisão em flagrante do acusado foi convertida em preventiva e permanece vigente. O promotor de Justiça Claudio Barros destacou a gravidade dos fatos e o risco de interferência na investigação como justificativas para a manutenção da prisão. Segundo ele, o crime cometido em plena luz do dia e em via pública contra um trabalhador essencial teve grande repercussão social.

Foto: Rede Social

A denúncia também envolve a esposa do empresário, que foi indiciada por prevaricação e por permitir o uso irregular da arma. O MPMG solicitou o desmembramento do processo e estuda a possibilidade de Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), já que os delitos atribuídos à delegada não envolvem violência nem ameaça grave.

Foto: Rede Social

Como forma de reparação, o Ministério Público requereu a fixação de uma indenização mínima de R$ 150 mil à família da vítima. O valor poderá ser ampliado na esfera cível, de acordo com a extensão dos danos causados. A denúncia segue agora para o I Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte, que decidirá sobre seu recebimento e a eventual abertura de processo criminal contra o empresário.