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Saúde

Especialista alerta: uso de creatina sem orientação pode ser perigoso

Nutricionista reforça que suplementação só traz benefícios com treino adequado, alimentação correta e acompanhamento profissional

13/06/2025 às 16:00 por Redação Plox

Nas academias de todo o país, a creatina se tornou um dos suplementos mais procurados por quem busca aumentar força e resistência muscular. Porém, especialistas têm chamado a atenção para o uso indiscriminado desse composto, que, apesar dos benefícios, não é indicado para qualquer pessoa.


Imagem Foto: Pixabay

Produzida naturalmente pelo corpo nos rins, fígado e pâncreas, além de estar presente em carnes vermelhas e peixes, a creatina é fundamental para a geração de energia celular. No entanto, conforme explica a nutricionista e doutora Janaina Goston, professora da USP e consultora de atletas, o suplemento só funciona de fato para quem pratica treinos de alta intensidade e curta duração, como musculação ou sprints.


“A creatina virou moda. Tenho visto muita gente usando sem nem saber para que serve”, alerta Janaina, destacando que o uso deve ser acompanhado por profissionais.


Alguns estudos sugerem que a creatina também possa contribuir para a cognição e saúde mental. No entanto, Janaina é cautelosa: “Na minha experiência clínica, os efeitos cognitivos ainda são inconsistentes e inconclusivos. O cérebro utiliza creatina, mas os benefícios práticos ainda carecem de evidência robusta.”


Segundo a especialista, os maiores riscos não estão apenas nos efeitos colaterais, mas no uso sem critério, o que pode gerar frustração e desperdício. “Se está tomando, treina bem, mas come mal, se recupera pouco e toma de forma irregular, esquece. Você não verá qualquer benefício.”


Mesmo regulamentada pela Anvisa com limite de 3g por porção, a creatina enfrenta desafios quanto à fiscalização. Janaina aponta problemas como fraudes na indústria, contaminações e alegações enganosas. “Escolher marcas confiáveis e certificadas é essencial”, recomenda.


A avaliação individual é fundamental antes de iniciar a suplementação. “Preciso avaliar se a pessoa realmente precisa, se o treino justifica, se há contraindicações”, explica. Por exemplo, lutadores que precisam cortar peso podem ter dificuldades devido à retenção hídrica provocada pela creatina.


Ela enfatiza que o suplemento não tem efeito estimulante, como a cafeína, e seus efeitos se concentram na ressíntese de energia para o próximo exercício. Grupos como gestantes, adolescentes e idosos devem ter atenção redobrada. “Em gestantes, não recomendo. Em adolescentes, apenas em casos muito específicos, com acompanhamento rigoroso. Para idosos, pode haver benefícios desde que associado a treino de força, boa alimentação e avaliação de saúde.”


Outro ponto criticado pela nutricionista é a influência de vendedores e influenciadores sem qualificação, que promovem o uso da creatina com promessas irreais e foco em resultados rápidos. “Nutricionistas prescrevem suplementos, educadores físicos cuidam do treino e médicos avaliam a saúde. Cada um dentro de sua área e com base em evidências, não modismos”, afirma.


Para quem pensa em iniciar o uso por conta própria, Janaina é clara: “Não faça isso! Procure um nutricionista especializado em esportes. Organize sua alimentação, treine força consistentemente por pelo menos três meses e só então busque orientação.”


A especialista conclui: “Creatina funciona, mas apenas com indicação correta, para quem realmente precisa e com acompanhamento profissional. Não existe atalho para resultados consistentes e duradouros.”


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