Vale demite executiva após comentários sobre cultura woke

A mineradora Vale anunciou o desligamento da executiva Cátia Porto, que ocupava a vice-presidência de Pessoas da companhia. A saída ocorreu na última semana, encerrando uma gestão de dez meses no comando do setor de recursos humanos da empresa.

Foto: Reprodução Arquivo pessoal

Um dos momentos de maior repercussão de sua passagem pela Vale foi uma publicação feita em fevereiro, quando Cátia compartilhou em seu perfil no Instagram reflexões sobre mudanças culturais no ambiente corporativo. Ao comentar um artigo do Wall Street Journal, ela destacou que a chamada cultura woke, baseada em diversidade e inclusão, estaria cedendo espaço para um novo movimento, que chamou de MEI — Mérito, Excelência e Inteligência.

– "A cultura woke está perdendo espaço. Ao contrário do DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão), que foca na diversidade como elemento-chave, tem um novo movimento chamado MEI, que enfatiza uma combinação de mérito e altos padrões de desempenho juntamente com habilidades intelectuais" – escreveu na época.

A postagem surgiu como resposta a uma pergunta de um internauta sobre a volta do trabalho presencial. Para Cátia, a valorização do desempenho e da performance está associada a modelos presenciais, em razão de aspectos como colaboração, aprendizado e produtividade. Ela frisou ainda que não se tratava de opinião pessoal, mas de uma leitura sobre tendências do mercado de trabalho.

– "Pouco importa a minha opinião, é um movimento! E quem entende movimentos sabe que ou você se adapta rapidamente e surfa a onda de forma mais tranquila ou vai ficar na lanterninha… no grupo que reclama, resiste e não sai do lugar" – acrescentou.

A fala ganhou destaque nas redes sociais e passou a ser constantemente associada à executiva. Agora, sua saída oficializa o fim de um ciclo curto na Vale, marcado por debates sobre diversidade e gestão de desempenho.