O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou nesta sexta-feira (14) após a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) ter aceitado denúncia que o tornou réu por coação no curso do processo relacionado ao suposto golpe de Estado. Para ele, a decisão representa a “continuação da caça às bruxas” e é “totalmente inconstitucional”.

Críticas ao julgamento e à atuação das autoridades

Em entrevista concedida a um colunista do portal Metrópoles, Eduardo Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. O deputado afirmou que Moraes se coloca como vítima de coação e, mesmo assim, conduz o julgamento. Ele também apontou que Gonet, que perdeu o visto americano, estaria atuando de forma combinada com Moraes.

Moraes se diz vítima de coação e, mesmo assim, ele me julga. Bem como aquele que me acusa, pois [o procurador-geral da República] Paulo Gonet foi sancionado com a perda de visto americano e, num jogo de cartas marcadas, age em conluio com o violador de direitos humanos Alexandre de Moraes — Eduardo Bolsonaro ao colunista Paulo Cappelli, portal Metrópoles

Notificação e questionamento sobre a denúncia

O parlamentar contou que ainda não recebeu notificação oficial, apesar de considerar ser de conhecimento público seu local de residência pelas autoridades americanas.

Eduardo Bolsonaro também comentou que Moraes estaria aceitando a denúncia de coação baseada em ato praticado pelo presidente Donald Trump, fora da jurisdição brasileira. O deputado afirmou que o ato em questão seria legal, pois se refere à Lei Magnitsky, aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos.

Defesa de atuação internacional e críticas à Suprema Corte

O congressista negou qualquer intenção de influenciar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, ressaltando que não acreditava em uma decisão justa por parte do tribunal. Ele defendeu que buscou apenas denunciar abusos e violações de direitos humanos atribuídos a Moraes.

Segundo o deputado, não há provas de coação nos autos e a ação judicial revela perseguição política, motivada por sua atuação internacional. Eduardo Bolsonaro ainda declarou considerar que Moraes tenta retirá-lo da disputa eleitoral de 2026 e que a mesma postura atingirá outros possíveis favoritos à vaga no Senado que sejam vistos como opositores, uma vez que cabe ao Senado julgar casos de impeachment de ministros do STF.