BR-381, BR-116 e BR 040 estão entre as 10 rodovias mais perigosas do país, revela ranking

A BR-381 conhecida como Rodovia da Morte, situada em Minas Gerais, ganha destaque no ranking anual das estradas mais violentas do Brasil. A análise recente revela dados preocupantes sobre a segurança nas rodovias do país, com a Rodovia da Morte figurando entre as 10 primeiras colocadas.

Ranking alarmante

De acordo com o estudo, que avaliou a quantidade de acidentes fatais e incidentes graves ao longo do ano, diversas rodovias brasileiras apresentaram altos índices de violência no trânsito. A classificação das estradas é baseada em critérios rigorosos, incluindo a frequência e a gravidade dos acidentes.

A rodovia da morte

O governo brasileiro está planejando leiloar um trecho da BR-381, que percorre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, abrangendo mais de 1000 km. A decisão surge em meio à crescente preocupação com a segurança dos usuários, especialmente no trecho entre Belo Horizonte (BH) e Governador Valadares, conhecido como a 'rodovia da morte'.

Nos últimos três anos, mais de 440 vidas foram perdidas em acidentes ao longo da BR-381 em Minas Gerais, de acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Somente entre janeiro de 2021 e outubro de 2023, cerca de 7 mil acidentes foram registrados na rodovia.

Na última segunda-feira (27), um trágico acidente envolvendo 13 veículos resultou na morte de seis pessoas na altura da Serra de Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ocorrências como essa destacam a urgência em abordar os desafios de segurança na BR-381.

O especialista em transporte e trânsito, Márcio Aguiar, ressalta a necessidade de investimentos na rodovia, apontando a falta de melhorias e o aumento do volume de tráfego como fatores contribuintes para os acidentes.

"Essa rodovia é antiga e tem tido poucas melhorias. O volume de tráfego aumenta cada vez mais, mas a rodovia continua do mesmo jeito, então o que vamos ver sempre crescentes são os acidentes. Isso é muito grave, nós estamos tratando de vidas humanas", destaca Aguiar.

A BR-381, historicamente vinculada aos tempos dos bandeirantes no século XVII, tem sido palco de tragédias contemporâneas. A falta de investimentos ao longo dos anos e as características desafiadoras do traçado, como a sinuosidade em uma região montanhosa, contribuem para os acidentes recorrentes.

Atualmente, cerca de 562 km da BR-381 são concedidos à Arteris Fernão Dias desde 2008, responsável por trechos de Contagem, na Grande BH, até Guarulhos (SP). Apesar de parte desse segmento ser duplicado, a falta de investimentos é evidente.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) identificou 32 pontos críticos de acidentes, nos quais serão instalados novos radares em 2024. O especialista Aguiar enfatiza a necessidade de aumentar a capacidade da via, incluindo a duplicação.

Já o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é responsável por um trecho de mais de 350 km, de Contagem até São Vitor, distrito de Governador Valadares, onde 26 radares monitoram a segurança viária.

Apesar dos esforços, o governo enfrentou desafios na concessão do trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares. O leilão, originalmente marcado para 21 de novembro, foi adiado devido à falta de propostas. O trecho em questão, com 304 km, registrou 32 mortes entre janeiro e junho deste ano, segundo a PRF.

Em conversa com repórter do Plox em Brasília, o ministro dos Transportes, Renan Filho, assegurou que o segmento deve ser licitado no primeiro semestre de 2024, destacando a importância de concretizar a prometida duplicação da BR-381. O histórico de adiamentos e promessas não cumpridas em gestões anteriores ressalta os desafios persistentes no caminho para garantir a segurança dos usuários dessa importante via de ligação entre estados.