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Economia
Dólar inicia o dia em queda atento à prévia do PIB e discursos do Fed
Mercado brasileiro reage a retirada de Alexandre de Moraes da Lei Magnitsky, corte de juros pelo Fed e novos dados de atividade, enquanto Bolsas globais oscilam com temores sobre bolha em tecnologia e estímulos na China
15/12/2025 às 09:05por Redação Plox
15/12/2025 às 09:05
— por Redação Plox
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O dólar abriu a sessão desta segunda-feira (15) em queda, recuando 0,20% por volta das 9h02, negociado a R$ 5,3997. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, passa a ser negociado a partir das 10h.
O início da semana é marcado pela expectativa em torno de indicadores que ajudam a calibrar as projeções para a atividade econômica no Brasil e nos Estados Unidos. Ao longo do dia, investidores monitoram dados oficiais, novas estimativas e falas de autoridades monetárias.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,11%, cotada a R$ 5,4105. O principal índice da bolsa teve ganhos de 0,99%, aos 160.766 pontos.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Indicadores no Brasil e nos Estados Unidos
No Brasil, o destaque da manhã é o IBC-Br, divulgado às 9h. O indicador, considerado uma espécie de termômetro do PIB, deve apontar retração de 0,3% em outubro na comparação com setembro, segundo projeções do mercado.
Também na agenda doméstica, a Secretaria de Comércio Exterior divulga às 15h os números da balança comercial semanal, que mostram a diferença entre exportações e importações do país no período.
Mais cedo, o Banco Central publicou o boletim Focus, que reúne estimativas de mais de 100 instituições financeiras. O relatório trouxe nova redução nas expectativas de inflação para 2025 e 2026, marcando o quinto e o quarto recuos consecutivos, respectivamente.
Nos Estados Unidos, investidores acompanham o Índice Empire Manufacturing, que mede a atividade industrial em dezembro. Também estão previstos discursos de dirigentes do Federal Reserve: Stephen Miran, às 11h30, e John Williams, às 12h30.
Desempenho do dólar e do Ibovespa
Dólar
Acumulado da semana: -0,41%
Acumulado do mês: +1,41%
Acumulado do ano: -12,45%
Ibovespa
Acumulado da semana: +2,16%
Acumulado do mês: +1,07%
Acumulado do ano: +33,66%
EUA retiram Alexandre de Moraes da Lei Magnitsky
O governo dos Estados Unidos retirou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane, da lista de sancionados da Lei Magnitsky. O comunicado não detalha os motivos da decisão.
A Lei Magnitsky permite que os EUA apliquem sanções a cidadãos estrangeiros. Moraes havia sido incluído no rol de punidos em julho deste ano.
Na época, a medida foi associada ao processo que tramitava no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, então réu por tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com a retirada das sanções, ações de bancos passaram a liderar os ganhos e impulsionaram o Ibovespa, com exceção do Santander, que recuou.
Desempenho das ações do setor bancário:
Banco do Brasil (BBAS3): +0,60%
Bradesco (BBDC3): +1,20%
BTG Pactual (BPCA11): +0,93%
Itaú (ITUB4): +0,89%
Santander (SANB11): -0,09%
Cortes de juros e falas do Federal Reserve
Na quarta-feira (10), o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, reduziu novamente a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano — o menor nível desde setembro de 2022. Foi o terceiro corte consecutivo em 2025.
Após o anúncio, Jerome Powell sinalizou que a instituição deve agir com cautela antes de novos cortes, destacando que os juros se encontram em um patamar considerado neutro e que é momento de observar a evolução da economia.
Dois dias após a decisão, dirigentes regionais do Fed apresentaram suas avaliações sobre os próximos passos da política monetária.
Goolsbee defende espera por mais dados
O presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, votou contra o corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. Para ele, seria mais prudente aguardar novos dados econômicos antes de reduzir o custo do crédito.
Goolsbee avalia que ainda há preocupação de empresas e consumidores com a inflação e que as informações disponíveis não eram suficientes para justificar uma mudança naquele momento. Em sua visão, adiar a decisão para o início de 2026 permitiria ao Fed considerar relatórios de inflação e emprego mais completos, sem colocar em risco um mercado de trabalho que, segundo ele, está “esfriando apenas moderadamente”.
Ele ressaltou que a inflação está acima da meta de 2% há mais de quatro anos e que o avanço dos preços praticamente estagnou nos últimos meses. Goolsbee entende que não há sinais de deterioração rápida do emprego que impedissem esperar mais e se diz otimista com a possibilidade de cortes maiores em 2026, caso os indicadores mostrem avanço claro rumo à meta.
Schmid quer juros mais altos por mais tempo
O presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, também votou contra o corte de juros e defendeu a manutenção da taxa atual. Ele argumenta que a inflação permanece elevada e que a política monetária deveria seguir “modestamente restritiva”, com juros altos o suficiente para conter os preços.
Schmid afirma que a economia ainda mostra impulso e que a inflação segue aquecida, o que, em sua avaliação, indica que a política não está excessivamente restritiva. Segundo ele, não houve mudanças significativas desde sua última discordância, em outubro, quando já havia defendido que o nível atual de juros era adequado.
Na sua leitura, o mercado de trabalho está amplamente equilibrado e não há motivos para acelerar cortes. Assim como Goolsbee, Schmid divergiu da decisão aprovada por 9 votos a 3, que reduziu a taxa para o intervalo de 3,5% a 3,75%.
Paulson prioriza mercado de trabalho
A presidente do Fed da Filadélfia, Anna Paulson, declarou estar mais preocupada com a situação do mercado de trabalho do que com o risco de uma nova alta da inflação.
Ela vê boa chance de a inflação recuar ao longo do próximo ano, em parte pela perda de força de efeitos temporários, como tarifas. Paulson avalia que os juros atuais, entre 3,5% e 3,75%, ainda configuram uma política “um tanto restritiva”, o que contribui para trazer a inflação de volta à meta de 2%.
Para a dirigente, o mercado de trabalho é “flexível, mas não instável”, e os cortes de juros somando 0,75 ponto nas últimas três reuniões tiveram caráter preventivo, com o objetivo de evitar uma piora mais acentuada no emprego.
Ela lembrou que a recente paralisação do governo norte-americano atrasou a divulgação de dados importantes, o que dificultou orientações mais claras sobre os próximos passos do Fed. Paulson destacou que, quando o comitê voltar a se reunir no fim de janeiro — ocasião em que passará a ter direito a voto —, haverá mais informações disponíveis para embasar as decisões.
Hammack defende postura mais restritiva
A presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, afirmou que, pela sua leitura da economia americana, preferiria uma política monetária mais restritiva do que a atual, o que implica juros mais altos para pressionar uma inflação que ela considera ainda elevada.
Hammack observou que o corte de 0,25 ponto anunciado nesta semana — somado às reduções anteriores — colocou a taxa básica “em torno de um nível neutro”, ou seja, um patamar que nem estimula nem freia a economia. Na sua avaliação, esse nível não é suficiente, e ela disse que preferiria uma postura um pouco mais restritiva.
“Eu preferiria ter uma postura um pouco mais restritiva”, disse em evento em Cincinnati.
Beth Hammack
Serviços mantêm trajetória de alta no Brasil
O volume de serviços no Brasil avançou 0,3% em outubro de 2025 frente a setembro, já descontados os efeitos sazonais, segundo o IBGE. O resultado veio em linha com as projeções de economistas e mostra que o setor completou nove meses consecutivos de crescimento, acumulando alta de 3,7%.
O nível de atividade está 20,1% acima do verificado em fevereiro de 2020, antes da pandemia, e atinge o maior patamar da série histórica.
Na comparação com outubro de 2024, sem ajuste sazonal, houve expansão de 2,2%, marcando o 19º avanço consecutivo. No ano, o setor acumula alta de 2,8%, mesma taxa observada no período de 12 meses, que perdeu força em relação ao resultado até setembro (3,1%).
Entre setembro e outubro, todas as cinco atividades pesquisadas cresceram. O maior impacto veio do setor de transportes, que subiu 1,0% e acumulou alta de 2,4% em três meses.
Também houve avanços em informação e comunicação (0,3%), embora em ritmo menor que o de setembro (1,2%); em outros serviços (0,5%), que acumulam alta de 3,4% em quatro meses; além de serviços profissionais e administrativos (0,1%) e serviços prestados às famílias (0,1%), ambos revertendo quedas do mês anterior.
A média móvel trimestral, que suaviza oscilações mensais, teve alta de 0,4% no trimestre encerrado em outubro. Quatro dos cinco setores registraram resultado positivo no período, com destaque para outros serviços (1,1%) e transportes (0,8%).
Informação e comunicação avançou 0,3%, enquanto serviços prestados às famílias cresceram 0,2%. O grupo de serviços profissionais, administrativos e complementares ficou estável.
Na comparação anual, o volume de serviços aumentou 2,2% em relação a outubro de 2024, com quatro das cinco atividades em alta. Metade dos 166 tipos de serviços pesquisados registrou expansão.
Bolsas globais sob influência da tecnologia e da China
Em Wall Street, os mercados americanos fecharam em queda, em uma semana negativa para ações de empresas ligadas à inteligência artificial, em meio a preocupações com uma possível bolha no setor.
O índice Dow Jones recuou 0,31%, aos 48.458,05 pontos. O S&P 500 caiu 1,07%, aos 6.827,41 pontos, enquanto o Nasdaq perdeu 1,69%, aos 23.195,17 pontos.
Na Europa, as bolsas também encerraram o dia em baixa, devolvendo os ganhos registrados pela manhã. O movimento foi influenciado pelo clima negativo vindo dos Estados Unidos, após alerta da Broadcom reforçar temores sobre riscos de bolha no setor de tecnologia.
Analistas destacaram que a menor exposição da Europa a empresas de tecnologia limitou as perdas, mas o sentimento predominante foi de cautela.
No fechamento, o índice Stoxx 600 recuou 0,53%. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,56%; em Frankfurt, o DAX perdeu 0,45%; em Paris, o CAC 40 recuou 0,21%; e, em Milão, o Ftse/Mib teve queda de 0,43%. Madri registrou baixa de 0,17%, enquanto Lisboa foi exceção, com leve alta de 0,09%.
Já nos mercados asiáticos, o pregão desta sexta-feira terminou em alta, apoiado por sinais de que Pequim manterá políticas de estímulo ao crescimento em 2026. Autoridades chinesas indicaram medidas fiscais e monetárias mais favoráveis e ações para estabilizar o setor imobiliário, o que trouxe algum alívio aos investidores, apesar da semana negativa para os principais índices.
No fechamento, o Nikkei, em Tóquio, avançou 1,4%, a 50.836 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 1,75%, a 25.976 pontos. Em Xangai, o SSEC ganhou 0,41%, a 3.889 pontos, enquanto o CSI300 avançou 0,63%, a 4.580 pontos.
Outros mercados asiáticos também fecharam em alta: Seul (+1,38%), Taiwan (+0,62%) e Cingapura (+1,36%).