O ex-presidente Jair Bolsonaro deverá passar por uma nova cirurgia após a realização de um exame de ultrassom neste fim de semana, segundo informou seu advogado João Henrique de Freitas nas redes sociais. Os médicos estiveram com o ex-chefe do Executivo na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde ele está preso.
Jair Bolsonaro deve passar por nova cirurgia, indica ultrassom
Foto: Ton Molina/STF
A equipe médica acaba de deixar a Superintendência da Polícia Federal após realizar exames de ultrassonografia no presidente Jair Bolsonaro. Os exames identificaram duas hérnias inguinais, e os médicos recomendaram que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico, a única forma de tratamento definitivo para o quadro
João Henrique de Freitas
Uma hérnia inguinal ocorre quando parte do intestino se projeta pela parede muscular da virilha, aproveitando um ponto frágil na região. Na maior parte dos casos, o tratamento indicado é cirúrgico, o que, segundo a defesa, também se aplica ao quadro de Bolsonaro.
Os exames realizados neste fim de semana contaram com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo que condenou Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. A defesa solicitou a ida do médico Bruno Luís Barbosa Cherulli à sede da PF, com um equipamento portátil de ultrassom para avaliar as duas virilhas do ex-presidente.
A equipe jurídica de Bolsonaro apontou a necessidade de uma cirurgia para tratar os soluços, descritos como “sequela das cirurgias já registradas”, além de outro procedimento em razão da piora de um quadro de hérnia inguinal unilateral.
Segundo a defesa, os médicos esclareceram que as intervenções hoje consideradas necessárias exigem internação hospitalar imediata, estimada entre cinco e sete dias. Os advogados pediram ainda que Bolsonaro seja levado ao hospital DF Star, localizado a cerca de 2,5 quilômetros da Superintendência da PF.
No pedido, a defesa requereu autorização para o deslocamento de Bolsonaro até a unidade de saúde, bem como sua permanência no local pelo período indicado pela equipe médica, onde os procedimentos cirúrgicos estariam previstos para ser realizados.
Alexandre de Moraes já havia determinado a realização de perícia médica pela PF em outro caso recente, envolvendo o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno. Na ocasião, a defesa de Heleno havia solicitado a concessão de prisão domiciliar humanitária, e o ministro apontou contradições entre o exame de corpo de delito e as informações apresentadas pelos advogados.
