Roberto Benigni, de A Vida é Bela, receberá o prêmio Leão de Ouro por sua carreira

Aos 68 anos, o diretor, ator e roteirista italiano Roberto Benigni será mais uma vez reconhecido por seu trabalho. Na 78º Edição da Mostra de Cinema realizada de 1º a 11 de setembro, o artista receberá o Leão de Ouro pela trajetória, de acordo com informações dos organizadores nesta quinta-feira (15).

Há 24 anos, o artista se tornou conhecido com o premiado filme “A Vida é Bela” (1997) cuja história se trata da tentativa de um judeu, italiano e dono de livraria,tentar proteger seu filho que ainda era uma criança da violência do nazismo, em plena segunda guerra mundial.No caso, o menino e o pai foram parar em um campo de concentração nazista e o judeu tentava amenizar a dureza dessa situação.

"Desde o começo, que aconteceu em nome de uma onda inovadora e desrespeitosa de normas e tradições, Roberto Benigni se consolidou no panorama do entretenimento italiano como uma figura de referência, sem precedentes e incomparável", escreveu Alberto Barbera, diretor do Festival de Cinema de Veneza. 

Dois anos depois da exibição do filme em 1999, o filme recebeu sete indicações, além de ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor ator. Em 1998, ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes.

No cinema americano, ele ficou famoso depois de ser protagonista de filmes de Jim Jarmush e Woody Allen. Segundo Barbera, ele está no seleto grupo de artistas italianos que "soube fundir sua explosiva comédia, muitas vezes acompanhada de uma sátira irreverente, com admiráveis dotes de atuação, ao serviço de grandes diretores como Federico Fellini, Matteo Garrone e Jim Jarmusch, além de ser um intérprete literário contundente e refinado".

Benigni já escreveu muitos filmes. Dentre eles estão "Johnny Stecchino" (1991) e "O tigre e A Neve" (2005). Acostumado com as premiações, ele recebeu em 2019 o prêmio por melhor ator coadjuvante no papel de Gepetto na produção “Pinóquio”,  do diretor Matteo Garrone.

Outros prêmios que ganhou foi o César de Honra em Paris em 2008 e no ano passado recebeu o "Prix Lumière" da trajetória.

"Meu coração está cheio de alegria e gratidão. É uma honra imensa receber um reconhecimento tão alto pelo meu trabalho no Festival Internacional de Cinema de Veneza", comentou Benigni ao saber que receberia o reconhecimento.

"Com admirável ecletismo, sem nunca desistir de ser ele mesmo, deixou de assumir o papel do ator cômico mais extraordinário da rica galeria de intérpretes italianos para ser um diretor memorável capaz de fazer filmes de enorme impacto popular, para depois se tornar definitivamente o intérprete e divulgador mais apreciado da 'Divina Comédia' de Dante", disse Barbera.

Uma curiosidade do filme “A Vida é Bela” é que a atriz, Nicoletta Braschi, que fez o papel de namorada e depois esposa do personagem principal do filme de Benigni é na realidade a mulher do ator. Eles trabalham juntos desde 1987.