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Política

Trump autoriza operações secretas da CIA e cogita ataques militares na Venezuela

Presidente americano intensifica pressão sobre regime de Maduro, enviando forças ao Caribe e realizando bombardeios contra supostos alvos do narcotráfico; ações aumentam tensões e críticas internacionais.

16/10/2025 às 08:03 por Redação Plox

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quarta-feira (15) ter autorizado operações secretas da CIA na Venezuela e disse estar analisando eventuais ataques terrestres contra cartéis de drogas. A medida representa mais um passo do governo norte-americano contra o regime de Nicolás Maduro.


Donald Trump e Nicolás Maduro.

Donald Trump e Nicolás Maduro.

Foto: Reprodução

Tensões crescentes entre Estados Unidos e Venezuela

Aumentaram nos últimos meses as tensões entre Venezuela e Estados Unidos, principalmente após Washington anunciar, em agosto, o envio de navios e aeronaves militares para o sul do Caribe. Pelo menos oito navios americanos, acompanhados de um submarino nuclear, estão posicionados nas proximidades da costa venezuelana. As embarcações carregam armas e centenas de militares como parte de uma operação militar que, segundo o governo norte-americano, mira o combate ao tráfico internacional de drogas.


O país já bombardeou embarcações suspeitas de transportar entorpecentes e acusa Nicolás Maduro de liderar o Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização narcoterrorista. Em agosto, o Departamento de Justiça norte-americano chegou a oferecer uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levassem à prisão do presidente venezuelano.

A partir de setembro, autoridades da Casa Branca passaram a indicar à imprensa dos Estados Unidos que estava em avaliação um ataque contra a Venezuela. Conforme reportado pelo “The New York Times”, o objetivo declarado seria retirar Maduro do poder.

Donald Trump

Donald Trump

Foto: Reprodução/Freepik/Leon Neal

Anúncio oficial intensifica especulação sobre operação militar

Até então, os rumores sobre possíveis operações militares circulavam apenas nos bastidores e eram tratados como hipóteses por especialistas. Na terça-feira (14), durante uma entrevista coletiva na Casa Branca, Donald Trump confirmou as informações reveladas pelo “New York Times” e admitiu ter autorizado operações secretas da CIA na Venezuela, sem detalhar como elas funcionam.

Trump declarou que tais ações seriam necessárias devido ao envio de drogas e criminosos da Venezuela aos Estados Unidos. O presidente frisou que cada barco destruído em operações dos EUA salvaria milhares de vidas americanas. Naquele mesmo dia, bombardeiros norte-americanos sobrevoaram uma região próxima ao território venezuelano.

Nicolás Maduro reagiu duramente, qualificando as declarações de Trump como tentativas de “golpe de Estado” e políticas belicistas. O governo venezuelano também criticou a postura norte-americana diante da crise.

Questionado sobre possíveis autorizações para assassinato de Maduro, Trump preferiu não responder. De acordo ainda com o “The New York Times”, operações letais vêm sendo avaliadas, e há indicações de que as ações secretas poderiam ter Maduro e aliados como alvo.

Presidente Nicolás Maduro

Presidente Nicolás Maduro

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Operações secretas: o que se sabe até agora

Segundo o jornal norte-americano, não está claro se a CIA já tem planos delineados, se as operações ocorrerão de fato ou quando começariam a ser executadas. O certo é que Donald Trump autorizou que a agência aja contra a Venezuela sob justificativa de interesses de segurança nacional.

Motivações por trás das ações

Para Maurício Santoro, doutor em Ciência Política e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, as ações dos EUA têm caráter eminentemente político e militar, buscando pressionar pelo fim do governo Maduro. Especialistas consideram que o petróleo e as riquezas minerais venezuelanas também estão no radar do governo norte-americano, pois, de acordo com o Relatório Mundial de Energia de 2025, o país detém as maiores reservas de petróleo do mundo, estimadas em 302,3 bilhões de barris.

Santoro assinala que o aumento da presença militar americana no Caribe e o envolvimento da CIA indicam preparativos para uma possível grande operação na Venezuela. Entre as hipóteses apontadas estão ataques a alvos estratégicos, tentativas de capturar ou eliminar líderes políticos e militares, ou até fomentar uma revolta popular contra o regime venezuelano por meio de força militar.

O que os americanos estão planejando ainda não está claro, mas, sem dúvida, estamos na iminência de um ataque de larga escala. E, se isso acontecer, será a primeira vez que os Estados Unidos atacam militarmente um país da América do Sul. – Maurício Santoro

Apesar da concentração militar, Santoro avalia que a presença atual ainda não seria suficiente para invadir e ocupar um país do porte da Venezuela. O analista também aponta que, para convencer a opinião pública da necessidade de tal operação, o governo Trump adota um discurso centrado na segurança pública e combate ao crime.

Disputa narrativa em torno do Cartel de los Soles

O governo Trump acusa Nicolás Maduro de liderar o Cartel de los Soles. Pesquisadores, porém, apontam que essa organização não existe formalmente como um grupo estruturado, mas sim como uma “rede de redes” envolvendo militares e autoridades venezuelanas no tráfico de drogas. Organizações como a InSight Crime destacam que o chamado Cartel de los Soles mascara um sistema em que o Estado venezuelano regula o tráfico, em vez de administrar uma rede única e hierárquica.

A deterioração das relações diplomáticas entre EUA e Venezuela já vem de anos, marcada por sanções econômicas impostas por Washington e pelo não reconhecimento do governo de Maduro.

Estados Unidos realizam sobrevoo militar próximo à Venezuela

Na quarta-feira, três bombardeiros B-52 sobrevoaram a FIR, área próxima ao espaço aéreo venezuelano, mas ainda sob jurisdição do país latino-americano. Nessa região, aeronaves precisam se identificar ao controle aéreo da Venezuela. O B-52 é considerado a espinha dorsal da força estratégica dos EUA, tem capacidade nuclear e pode voar mais de 14 mil quilômetros sem reabastecimento.

Maurício Santoro considerou esse movimento como uma provocação tanto política quanto militar, funcionando como uma forma de teste das defesas venezuelanas.

É uma provocação política, para dizer: ‘olha, eu tenho capacidade de invadir o teu espaço aéreo’. Mas tem também um objetivo militar, de treinar as tripulações. Quer dizer, isso é um ensaio geral para futuros bombardeios e um teste das defesas aéreas venezuelanas. – Maurício Santoro

Imagens de rotas de voo mostram que os B-52 desenharam trajetos considerados provocativos, o que também foi interpretado como parte de uma estratégia de guerra psicológica.

Nicolás Maduro reage a operações e críticas dos EUA

Após o anúncio das operações secretas, Nicolás Maduro fez um pronunciamento condenando o que chamou de “golpes de Estado da CIA”. O presidente afirmou que a população venezuelana rejeita qualquer tipo de intervenção externa.

Chega de golpe da CIA. Não à mudança de regime, que tanto nos lembra das guerras eternas e fracassadas no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e assim por diante. – Nicolás Maduro

No mesmo discurso, Maduro criticou opositores que, segundo ele, incentivam interferência dos EUA na Venezuela. O governo venezuelano, por meio do Ministério das Relações Exteriores, também classificou as falas de Trump como “belicistas e extravagantes” e afirmou que Washington mantém políticas de agressão e assédio, com o objetivo final de se apropriar dos recursos petrolíferos venezuelanos.

Conforme reportou o “New York Times”, Maduro chegou a oferecer petróleo e minerais venezuelanos ao governo Trump em tentativa de reverter a pressão americana, mas a proposta foi rejeitada e os EUA encerraram o canal diplomático com a Venezuela.

Bombardeios a embarcações perto da costa venezuelana

Desde setembro, os Estados Unidos vêm conduzindo bombardeios a barcos que, segundo o governo norte-americano, pertencem a organizações narcoterroristas ligadas ao tráfico de drogas. O ataque mais recente foi autorizado na terça-feira, quando militares atingiram um barco em águas internacionais próximas à Venezuela, causando seis mortes — número anunciado por Donald Trump.

A inteligência confirmou que a embarcação estava traficando narcóticos, estava associada a redes ilícitas de narcoterrorismo e transitava por uma rota conhecida de organização terrorista. – Donald Trump

Na quarta-feira, Trump acrescentou que embora os cartéis tenham barcos ágeis, os mísseis norte-americanos “são ainda mais rápidos”.

Repercussão internacional e críticas às operações

Essas ações militares vêm sendo criticadas por entidades internacionais, como a Human Rights Watch, que acusa os EUA de violarem a lei internacional ao promover execuções extrajudiciais ilegais. O tema também foi discutido no Conselho de Segurança da ONU, que expressou preocupação com a escalada de tensões e relatos de execução de civis sem julgamento.


O governo venezuelano solicitou, ainda, que a comunidade internacional investigue os ataques, afirmando que as vítimas — identificadas pelos EUA como narcotraficantes — seriam, na verdade, pescadores.

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