A crise que envolve os entregadores de aplicativos será discutida novamente no Congresso. A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados marcou para o dia 18 de novembro de 2025, às 16h, uma audiência pública sobre o tema, com participação do iFood, maior empresa do setor no país. O objetivo é debater a situação da categoria e buscar soluções para as reivindicações que ganharam força após mobilizações recentes.

Mobilização dos entregadores e condições de trabalho

Em abril, entregadores de diversas cidades do Brasil organizaram o “Breque dos APPs”, uma paralisação de dois dias que trouxe visibilidade à pauta trabalhista da categoria. O movimento foi liderado principalmente por profissionais de São Paulo, com apoio de entidades como VAT-SP e Minha Sampa. Entre as demandas estão:

• Implementação de valor mínimo por entrega;
• Pagmento adicional por quilômetro rodado;
• Definição de limites para entregas realizadas de bicicleta;
• Fim do agrupamento de múltiplas corridas sem remuneração proporcional.

Os entregadores alegam enfrentar jornadas extensas, pagamentos variáveis e rotinas consideradas precárias. Eles destacam que as exigências de trabalho se aproximam das previstas na CLT, mas sem a garantia dos direitos formais. Entre as mulheres entregadoras, o cenário se mostra ainda mais desafiador, com relatos de insegurança e jornadas longas.

Empresa defende benefícios e aponta apoio aos parceiros

Diante das críticas, o iFood, principal plataforma do setor, respondeu afirmando que oferece benefícios aos entregadores parceiros, como seguro pessoal gratuito contra acidentes e apoio jurídico e psicológico em casos de assédio ou agressão. A empresa reforçou a necessidade de garantir segurança nos ambientes de trabalho e respeito entre entregadores, estabelecimentos e usuários.

Audiência na Câmara busca consenso para novas regras

O encontro na Comissão de Trabalho irá reunir representantes de diferentes segmentos. Estão convidados André Porto, diretor-executivo da AMOBITEC; Diego Barreto, CEO do iFood; JR Freitas, fundador da Anea; e Alessandro da Conceição, presidente da AmaeDF.

A audiência busca construir um consenso sobre as regras para plataformas e estabelecer mecanismos de proteção para os entregadores, num momento em que a mobilização do setor coloca o tema no centro do debate público.