Política

PT intensifica articulação nos estados de olho nas eleições de 2026

Partido avalia cenários em São Paulo, Minas Gerais e Maranhão para fortalecer a reeleição de Lula e ampliar bancada no Congresso

16/11/2025 às 09:44 por Redação Plox

O Partido dos Trabalhadores (PT) dedica o mês de novembro a avaliar o cenário eleitoral nos estados para as eleições de 2026. O movimento é liderado pelo Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), criado no começo do mês e coordenado pelo deputado federal José Guimarães, atual líder do governo na Câmara. A prioridade é articular estratégias para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já confirmou que buscará mais um mandato, e fortalecer as alianças estaduais, especialmente focando no aumento da bancada no Congresso, em destaque no Senado.

O PT implementou uma abordagem cuidadosa em relação às eleições de 2026, controlando expectativas internas

O PT implementou uma abordagem cuidadosa em relação às eleições de 2026, controlando expectativas internas

Foto: Ricardo Stuckert/Partido dos Trabalhadores)


Mapeamento das indefinições estaduais

Apesar do esforço, petistas reconhecem desafios em costurar acordos em estados cruciais para a disputa eleitoral. A menos de um ano do pleito, o cenário permanece indefinido em São Paulo, Minas Gerais e Maranhão, que juntos concentram parte decisiva do colégio eleitoral brasileiro.

Desafios em São Paulo

Em São Paulo, enquanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ainda não sinalizou se vai tentar a reeleição ou buscar uma candidatura nacional, a esquerda também enfrenta indefinições sobre possíveis candidatos. O PT tem como principal aposta o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas o próprio desconversou no começo de setembro e declarou:

Neste momento, eu não tenho intenção de ser candidato no ano que vem e vou ter um tempo para planejar minha vida futura. Mas não tenho essa decisão tomada — Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Outra possibilidade é o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), cotado para repetir a chapa com Lula, mas que também demonstra resistência ao pleito estadual. Pesquisas recentes, porém, apontam Alckmin como o que mais ameaça Tarcísio em São Paulo, podendo conduzir a disputa a um segundo turno.

Entre outros nomes citados estão Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo e ex-governador, e Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento. Dependendo do cenário, ambos podem se tornar opções para o Senado.

Grupo de Trabalho Eleitoral em ação

O Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) foi criado em 6 de novembro para realizar diagnósticos nos estados e identificar cenários para o PT e o governo. Os estudos devem ser concluídos até o final do mês, antecedendo reuniões previstas para dezembro entre a direção nacional e as lideranças estaduais, com foco em construir o melhor palanque para Lula em cada estado.

Situação indefinida em Minas Gerais

Em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, a atenção se volta à possível candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD). Ele é visto como ideal para Lula, mas demonstra preferência por uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto o presidente planeja indicar Jorge Messias, atual advogado-geral da União, para o posto no STF.

O PSD decidiu apoiar Mateus Simões, vice-governador do estado, o que dificultou ainda mais a permanência de Pacheco na disputa estadual pelo partido. Pacheco afirmou que, se decidir concorrer ao governo, não será pelo PSD.

Caso o senador opte por não participar, surgiria espaço para o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PDT). Em outubro, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, compareceu ao evento de filiação de Kalil ao PDT, gesto visto como tentativa de aproximação visando 2026.

Marasmo e embate no Maranhão

No Maranhão, o cenário é de impasse. O governador Carlos Brandão (PSB) rompeu com o grupo de Flávio Dino, ministro do STF, e planeja lançar Orleans Brandão, seu sobrinho e secretário estadual, como candidato ao governo. Por outro lado, o vice-governador Felipe Camarão (PT), alinhado a Dino, também pretende se lançar candidato.

Brandão é o favorito para o Senado conforme pesquisas recentes, mas reluta em deixar o governo no prazo legal, pois a posse de Felipe Camarão poderia fortalecer seu principal concorrente e prejudicar Orleans.

Enquanto o embate interno persiste, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), lidera as pesquisas para o governo maranhense.

Outros desafios regionais

No Rio de Janeiro, o caminho mais provável para o PT é apoiar a candidatura a governador do prefeito Eduardo Paes (PSD), que lidera pesquisas e tem chances de vitória no primeiro turno. O principal ponto em aberto é a composição da chapa, com a expectativa de que a deputada federal Benedita da Silva dispute uma vaga ao Senado com o apoio de Paes.

Em Pernambuco, o foco recai sobre a reeleição do senador Humberto Costa (PT), em negociação com o PSB, partido do prefeito do Recife, João Campos. O PT também considera a hipótese de se aproximar da atual governadora Raquel Lyra (PSD) para ampliar a base aliada. Campos e Lyra são os principais nomes para a disputa do Palácio do Campo das Princesas, com o prefeito à frente nas pesquisas.

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