Canetas emagrecedoras que vêm sendo usadas no tratamento da obesidade e do sobrepeso podem interferir na eficácia de anticoncepcionais orais, como a pílula. A orientação foi reforçada pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MRHA), do Reino Unido, equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.

O alerta emitido neste ano pela agência britânica recomenda que mulheres em tratamento com Mounjaro priorizem métodos contraceptivos não orais, como implantes, preservativos ou dispositivo intrauterino (DIU). A medida foi tomada após o órgão receber diversos relatos de gravidez em pacientes que faziam uso de medicamentos para emagrecimento.

Relatos de gravidez durante o uso de Mounjaro

Um dos casos que chamaram atenção foi o da ex-BBB Laís Caldas, que contou ter engravidado mesmo usando contraceptivo oral. A influenciadora relatou que seguia um protocolo com Mounjaro, e que o medicamento acabou cortando o efeito do anticoncepcional. Apesar do susto inicial, ela afirmou que a gestação foi bem-vinda.

Como o Mounjaro pode afetar a pílula anticoncepcional

Um estudo publicado no periódico The Journal of the American Pharmacists Association apontou que a tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, reduz em cerca de 20% a quantidade de etinilestradiol — componente presente na pílula anticoncepcional oral combinada — na corrente sanguínea.

Além disso, a pesquisa mostrou que o medicamento aumenta em duas a quatro horas o tempo necessário para a absorção completa do etinilestradiol no organismo. Essa absorção mais lenta compromete a capacidade da pílula de suprimir o sistema reprodutor feminino e pode, consequentemente, reduzir seus efeitos contraceptivos.

Especialistas recomendam que mulheres que utilizam canetas emagrecedoras e não desejam engravidar conversem com seus médicos sobre a adoção de métodos contraceptivos alternativos ou de reforço, especialmente durante o início do tratamento com tirzepatida.