Ato em Copacabana: divergência entre contagem da USP e PMRJ

A manifestação realizada neste domingo (16) na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em apoio à anistia dos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, gerou uma grande discrepância entre as estimativas de público divulgadas pela Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) e a Universidade de São Paulo (USP).

Foto: PL

De acordo com um levantamento conduzido pelo Monitor do Debate Público do Meio Digital, vinculado ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), aproximadamente 18,3 mil pessoas participaram do evento. A contagem foi realizada por meio de imagens aéreas captadas por um drone e analisadas com o auxílio de um software especializado em inteligência artificial, que identificou e marcou automaticamente as cabeças dos manifestantes.

Os especialistas responsáveis pela análise informaram que o método utilizado tem uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação dos indivíduos, com um erro médio de 12% para mais ou para menos em imagens com mais de 500 pessoas. Para chegar ao número final, foram feitas 66 fotografias em quatro momentos distintos do dia, sendo que seis delas, registradas ao meio-dia, no momento de maior concentração, foram utilizadas como referência para o cálculo.

Por outro lado, a PMRJ apresentou uma estimativa muito superior. Segundo nota oficial divulgada pela corporação, cerca de 400 mil pessoas estiveram presentes na manifestação. Essa discrepância entre contagens não é incomum e já foi observada em outros eventos de grande porte, onde diferentes metodologias geram números contrastantes.

A divergência entre as estimativas reforça o debate sobre a precisão dos métodos utilizados para calcular o público em manifestações e eventos de grande escala, especialmente quando esses números são usados para embasar narrativas políticas e institucionais.