Atriz premiada em Cannes, Emilie Dequenne morre aos 43 anos vítima de câncer raro

Atriz premiada no Festival de Cannes e uma das grandes estrelas do cinema francófono, Emilie Dequenne morreu neste domingo (16), aos 43 anos, em Paris. A belga enfrentava um câncer raro na glândula suprarrenal, que a afastou das filmagens desde agosto de 2023. A informação foi confirmada por seu agente à AFP.

Foto: Rede Social

Dequenne ganhou projeção internacional em 1999, quando venceu o prêmio de Melhor Atriz em Cannes pelo filme 'Rosetta', dirigido pelos irmãos Dardenne. A intensidade de sua atuação chamou atenção e marcou o início de uma carreira brilhante. Em 2012, ela voltou a ser reconhecida no festival com outro prêmio por 'À Perdre la Raison' (Nossos Filhos). Seu talento também foi celebrado no cinema francês, onde conquistou o prestigiado César em 2021 pelo longa 'Les Choses Qu’on Dit, les Choses Qu’on Fait' (As Coisas que Dizemos, as Coisas que Fazemos).

Além de se destacar no cinema belga e francês, Emilie Dequenne também atuou em produções televisivas internacionais. Em 2014, interpretou a policial Laurence Relaud na série britânica 'The Missing', da BBC. Entre seus filmes mais conhecidos estão 'La Fille du RER' (A Garota no Trem), de 2009, 'Pas Son Genre' (Não é Meu Tipo), de 2014, e 'Close', indicado ao prêmio de Cannes em 2022.

A morte da atriz gerou grande comoção no meio artístico. Luc Dardenne, um dos diretores que a lançou, relembrou seu talento único: “No primeiro dia em que filmou na frente de uma câmera de verdade, conseguiu reunir toda a equipe. Ela estava magnífica e o filme deve muito a ela”, declarou à emissora RTBF.

A Ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, lamentou sua partida e destacou que “o cinema francófono perdeu, cedo demais, uma atriz talentosa que ainda tinha muito a oferecer”.

Durante sua batalha contra o câncer, Emilie Dequenne usou as redes sociais para compartilhar mensagens sobre sua luta. Em fevereiro deste ano, no Dia Mundial do Câncer, escreveu: “Que luta difícil! E nós não escolhemos...”. Já em dezembro, em entrevista à televisão francesa, revelou que a doença avançava rapidamente e que “não viveria tanto quanto esperava”.

O legado de Emilie Dequenne permanece vivo em suas atuações inesquecíveis, deixando uma marca profunda no cinema europeu.