Presidente Lula defende acordo balanceado UE-Mercosul e investimento no mercado latino

Durante a recente reunião de cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade dos Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac) em Bruxelas, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu um acordo equilibrado entre o Mercosul e a UE. O mandatário ressaltou que está aberto às negociações, porém, rejeita a imposição de ameaças, como as sanções propostas em uma side letter devido ao desmatamento na região sul-americana.

Parceria Estratégica

A proposta de acordo comercial entre a UE e o Mercosul, discutida por figuras políticas proeminentes como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, tem como objetivo abrir novas oportunidades econômicas para ambos os blocos. Lula destacou a importância estratégica que a América Latina e o Caribe representam para a Europa e o mundo. Ele apontou as regiões como territórios repletos de oportunidades de investimento e de expansão do consumo.

Ele afirmou: "Somos países que demandam investimentos em infraestrutura logística diversificada, infraestrutura social e urbana. Somos sociedades em processo de forte mobilidade social nas quais se constituem novos e dinâmicos mercados internos, integrados por centenas de milhões de consumidores”.

Potencial Econômico e Desafios

No fórum com empresários, Lula ressaltou o peso significativo da parceria entre o Brasil e a UE, não só em termos comerciais, mas também considerando os possíveis impactos do acordo que está sendo negociado, que poderão se desdobrar nas próximas décadas. O presidente brasileiro pontuou que a corrente de comércio entre Brasil e UE poderá ultrapassar a marca de US$ 100 bilhões ainda este ano.

Apesar do otimismo, há oposição ao tratado, particularmente na França, que expressou preocupações com a concorrência brasileira no setor agrícola.

Planos Futuros para o Brasil

Aproveitando a presença de importantes empresários, Lula enfatizou o potencial do mercado interno brasileiro e anunciou que, em agosto, o governo brasileiro lançará um novo plano de investimentos, sobretudo em infraestrutura. O plano visa impulsionar a geração de empregos de qualidade, combater a pobreza e aumentar a renda das famílias brasileiras através da retomada de empreendimentos paralisados, aceleração dos projetos em andamento e seleção de novos projetos.

Além disso, o presidente afirmou que os investimentos serão realizados com respeito ao meio ambiente e destacou a matriz energética limpa do Brasil: "O Brasil já possui uma matriz energética das mais limpas do planeta: 87% de nossa eletricidade provêm de fontes renováveis contra 27% da média mundial, e 50% de toda a nossa energia é limpa, enquanto, no mundo, a média é 15%". Lula concluiu reafirmando a prioridade dada à geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel, além do potencial de produção de hidrogênio verde no país.