A deputada federal Roseana Sarney, de 72 anos, enfrenta um câncer de mama considerado um dos tipos mais agressivos: o triplo negativo. Desde o diagnóstico, revelado em agosto, a parlamentar tem compartilhado nas redes sociais detalhes de sua rotina de tratamento, incluindo sessões de quimioterapia que ocasionaram a perda dos cabelos.

Compartilhamento nas redes sociais e apoio recebido

Durante o Outubro Rosa, movimento de conscientização sobre o câncer de mama, Roseana expressou gratidão pela solidariedade. Em mensagens publicadas no Instagram, ela relata tanto a importância do apoio recebido quanto os desafios do tratamento, destacando efeitos colaterais como a intensa coceira causadas pela quimioterapia. A deputada afirmou que, apesar das dificuldades, está seguindo firme em sua luta contra a doença.

Entenda o câncer de mama triplo negativo

O câncer de mama triplo negativo representa cerca de 15% dos casos desse tipo da doença registrados no mundo. A nomenclatura se refere à ausência de três receptores: estrogênio, progesterona e HER2, tornando o tratamento mais desafiador e limitando a eficácia de terapias hormonais.

Essa variante costuma apresentar evolução rápida, com células que crescem e se disseminam de forma agressiva. A quimioterapia, por isso, é frequentemente o principal recurso terapêutico.

O triplo negativo aparece com maior frequência em mulheres mais jovens, especialmente aquelas com menos de 40 anos, latinas e negras. Além disso, a presença de mutações genéticas como BRCA1 ou BRCA2 aumenta consideravelmente o risco de desenvolvimento desse tipo de câncer.

Diferente de outros tipos de câncer de mama, o triplo negativo é reconhecido como um dos mais agressivos e com maior propensão à metástase, ou seja, a espalhar-se para outras partes do corpo.

Diagnóstico e métodos de tratamento

A confirmação do câncer triplo negativo é feita por meio de biópsia; a amostra do nódulo mamário é analisada por exames anatomopatológicos e imunohistoquímicos para identificar a presença ou ausência dos receptores hormonais e de proteínas associadas à doença.

O tratamento baseia-se, prioritariamente, na quimioterapia. Intervenções cirúrgicas, como a quadrantectomia ou mastectomia, podem ser indicadas já no início para conter a disseminação das células cancerígenas. Em muitos casos, a quimioterapia antecede a cirurgia, ampliando as possibilidades de sucesso no combate ao tumor.

Desde 2019, a imunoterapia tornou-se alternativa para casos metastáticos que apresentam o receptor PD-L1. O medicamento atezolizumabe foi aprovado, representando avanço importante e trazendo expectativa de redução significativa nas taxas de mortalidade nesses pacientes.

Carreira e trajetória de Roseana Sarney

Integrante de uma das mais tradicionais famílias políticas do Brasil, Roseana Sarney buscou construir uma imagem própria ao longo da carreira política, distante das posições do pai, o ex-presidente José Sarney. Em 1992, quando ocupava cadeira de deputada federal, teve papel de destaque ao participar das articulações no Congresso que levaram ao afastamento do então presidente Fernando Collor de Mello, episódio que lhe rendeu o apelido de “musa do impeachment”.