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Saiba como cães perdidos encontram o caminho de casa

Com cerca de 300 milhões de receptores olfativos, os cães têm um olfato infinitamente mais sensível que o dos humanos,

17/12/2024 às 12:11 por Redação Plox

Deixar cães circularem livremente pelas ruas sem supervisão é um hábito perigoso para os tutores. Nessas condições, os animais estão expostos a riscos de acidentes, doenças e até desaparecimentos. Apesar disso, caso um cachorro se perca, há uma possibilidade de ele voltar para casa por conta própria. Isso se deve a uma combinação de habilidades instintivas e características naturais que permitem aos cães se localizar e encontrar o caminho de volta.

Foto: Reprodução/Freepik

Geolocalização natural e sentidos apurados
Segundo a médica veterinária Patrícia Marchetti, não é raro ouvir relatos de cães que retornaram para casa sozinhos, dias ou até semanas após o desaparecimento. Isso se explica pela capacidade de geolocalização natural dos cães, que utilizam seus sentidos apurados — olfato, audição e visão — para se orientar no espaço. Marchetti destaca: “Eles usam os sentidos olfato, audição e visão, que são extremamente aguçados”.

Com cerca de 300 milhões de receptores olfativos, os cães têm um olfato infinitamente mais sensível que o dos humanos, o que lhes permite identificar e seguir odores específicos por quilômetros de distância. Além disso, a audição canina é capaz de captar frequências de som que estão além da capacidade humana. Esses fatores, juntos, permitem que o cachorro reconheça sons familiares, identifique cheiros conhecidos e crie uma espécie de "mapa mental" das regiões que ele já explorou.

Memória de rotas e mapas mentais
Outro elemento crucial para o retorno dos cães é a memória espacial. A médica veterinária Vivian Quito explica que os cães possuem a capacidade de formar "mapas mentais" das regiões onde circulam. “Se o cão já percorreu o caminho entre sua casa e outro local, mesmo que apenas uma vez, ele pode lembrar dessas referências para traçar a rota de volta”, detalha Quito.

Essa habilidade de memorização é potencializada durante passeios regulares. Quando o tutor leva o cão para caminhar pelas redondezas, ele permite que o animal grave pontos de referência visuais, olfativos e sonoros do ambiente. Caso o cão se perca, essas referências podem ser fundamentais para a localização do caminho de volta.

O apego emocional como fator motivador
O vínculo emocional que o cão tem com o tutor também desempenha um papel importante. De acordo com Quito, esse apego pode funcionar como um forte estímulo para que o animal busque sua casa. “Histórias de cães que percorrem dezenas ou até centenas de quilômetros para se reunirem com suas famílias mostram o quanto sua lealdade e determinação são impressionantes”, afirma a veterinária.

Possível orientação pelo campo magnético terrestre
Uma hipótese ainda em estudo é a capacidade dos cães de se orientar pelo campo magnético da Terra, habilidade que já foi comprovada em aves. Patrícia Marchetti comenta que pesquisas preliminares apontam essa possibilidade, mas o tema ainda carece de mais comprovações científicas. Segundo ela, as raças de cães farejadores, que passaram por seleções genéticas específicas, podem ter essa capacidade ainda mais desenvolvida.

A combinação entre geolocalização natural, sentidos apurados, memória espacial e apego emocional forma um conjunto de habilidades que explicam como os cães podem, mesmo depois de muito tempo longe de casa, reencontrar o caminho de volta.

 

 

 

 

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