Minaspetro rebate críticas de Lula sobre preço dos combustíveis e aponta ‘desconexão com a realidade’

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) reagiu às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o aumento dos preços dos combustíveis no Brasil. Segundo o sindicato, os comentários do chefe do Executivo desconsideram variáveis fundamentais como custo da distribuição, margem de lucro e frete, demonstrando uma “total desconexão com a realidade do mercado”.

A entidade publicou uma nota nesta terça-feira (18), um dia após as declarações do presidente, contestando as afirmações e classificando-as como “maldosas”. Segundo o texto, Lula estaria “afrontando” a classe produtiva e provocando instabilidade econômica desde o início de seu terceiro mandato.

Críticas ao governo e defesa dos empresários

O Minaspetro também destacou que os donos de postos de combustíveis são “pequenos empresários que sustentam suas famílias com seu ofício” e contribuem para a economia. Além disso, a nota ressalta que o setor enfrenta desafios como a atuação do crime organizado, que utiliza o mercado para lavagem de dinheiro.

“Para não falar que discordamos 100% das falas do presidente, sim, estamos sendo todos assaltados pelo intermediário, porém esse intermediário não é a classe produtiva e sim o governo e essa máquina de gastar e tributar, que no setor de combustíveis parece ter uma ânsia sem limites e sem fim”, afirmou o sindicato. “A culpa não é do posto, é do imposto, presidente!”, complementou.

Declaração de Lula gerou reação do setor

As falas do presidente ocorreram nessa segunda-feira (17), durante o anúncio do Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobras, em Angra dos Reis (RJ). Na ocasião, Lula afirmou que, muitas vezes, a Petrobras não tem “culpa nenhuma” pelos reajustes nos preços do gás, diesel, álcool e gasolina. O presidente atribuiu a responsabilidade aos Estados e aos postos de combustíveis, ressaltando a necessidade de informar a população sobre quem são os verdadeiros responsáveis pelos aumentos.