A CIPTea: um avanço para os direitos dos autistas no Brasil

Um documento inovador está ganhando reconhecimento e importância no Brasil, a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), conhecida como "RG do autista". Este documento, assegurado pela lei 13.977, de 8 de janeiro de 2020, busca garantir que as pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) possam se identificar sem constrangimentos, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

A CIPTea em São Paulo: um estado pioneiro

Em abril, a capital paulista lançou um Plano Estadual Integrado para melhorar e expandir serviços destinados a pessoas com TEA. Este esforço conjunto é de grande importância considerando que, conforme as estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1% da população tem TEA, o que representa aproximadamente 470 mil pessoas em São Paulo.

"Nós já recebemos 7 mil pedidos desde a primeira emissão da carteira no dia 6 de abril", informou Marcos da Costa, secretário estadual dos direitos da pessoa com deficiência.

CIPTea: mais do que uma identificação

A CIPTea é muito mais do que uma simples identificação. Daniela Sales, administradora de empresas, que vive com TEA, revela a utilidade do documento em diversos ambientes: "Ele é particularmente útil em filas, atendimento em hospitais, e até mesmo em momentos de lazer, como teatros e cinemas, onde podemos desfrutar dos benefícios da meia-entrada", comenta Daniela. Ela ainda destaca a importância da Ciptea para evitar desconfortos em lugares movimentados, que podem desencadear crises sensoriais em autistas.

Esta visão positiva é compartilhada por Leonard Ribeiro Jacinto, professor de parkour, body piercer e também portador de TEA. Para Leonard, a Ciptea é uma ferramenta de combate ao preconceito e uma maneira de garantir os direitos das pessoas com deficiência.

Obtenção da CIPTea em São Paulo

A obtenção desta carteira em São Paulo é gratuita e pode ser feita integralmente online, com apresentação de um laudo médico e uma foto. Caso a preferência seja pelo atendimento presencial, a solicitação pode ser feita em diversas unidades do Poupatempo na capital e em outras 25 cidades do interior paulista.

É relevante mencionar que, se o beneficiário do serviço for menor de idade, ele deverá ser acompanhado por um responsável durante o processo.

Essa iniciativa é um passo significativo na busca pela igualdade de direitos e pelo respeito às diferenças, garantindo que todas as pessoas possam desfrutar de uma vida com dignidade e sem constrangimentos.