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Saúde

"Gripe Aviária em Ascensão: Alerta Governamental e Plano de Contingência"

Os casos mais preocupantes são categorizados como Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), que engloba subtipos do vírus capazes de gerar uma alta taxa de mortalidade de maneira abrupta.

18/06/2023 às 18:32 por Redação Plox

O aumento expressivo de casos de gripe aviária em território brasileiro levou a uma crescente preocupação governamental, consequência de um atual surto que vem assolando as Américas. Num período pouco maior que um mês desde a detecção do primeiro caso, 32 focos já foram identificados. A principal apreensão reside na possibilidade de o vírus H5N1, causador da gripe, adentrar a cadeia produtiva, ocasionando um impacto bilionário na indústria avícola. Os casos mais preocupantes são categorizados como Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), que engloba subtipos do vírus capazes de gerar uma alta taxa de mortalidade de maneira abrupta.

 

Até o momento, a doença se fez presente apenas em aves silvestres. Em declaração ao Correio, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) elucidou que o risco da doença alcançar a produção é considerado alto. O órgão destacou que monitora alertas suspeitos e realiza testes para confirmar ou descartar a infecção. De acordo com o painel de monitoramento do ministério, 1.321 investigações foram realizadas até o momento, com 252 delas envolvendo coleta de amostras. Das suspeitas, 32 foram confirmadas desde 15 de maio.

Implementação do Plano de Contingência

Em situações onde se detectam focos, as ações são iniciadas conforme o Plano de Contingência para influenza aviária, que inclui a investigação em torno dos focos para identificar aves suspeitas. A pasta ainda pontua ações de comunicação intensivas com o objetivo de alertar a população para não manusear ou coletar aves mortas, além de promover melhorias na biosseguridade nas criações de aves.

Os produtores têm papel vital para conter a doença, de acordo com o Mapa. O ministério recomenda que eles permaneçam vigilantes e notifiquem todas as suspeitas de influenza aviária ao serviço veterinário local.

Os casos confirmados estão majoritariamente concentrados no litoral norte de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e litoral Sul da Bahia. Fora dessas áreas, um foco foi detectado no Rio Grande do Sul. Alguns municípios iniciaram a prática de isolamento de aves. Na capital paulista, o Parque da Água Branca isolou 2 mil aves para evitar a contaminação, ação replicada em Santos. Os Ministérios do Meio Ambiente e da Mudança do Clima e o Ministério da Saúde também participam do monitoramento da doença no âmbito federal.

Ameaça de Aves Migratórias e Prejuízo Bilionário

Francisco Ernesto Moreno Bernal, professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB), esclarece que as aves encontradas até o momento são migratórias, indicando que novos casos podem continuar surgindo. Bernal, no entanto, enfatiza que as medidas de segurança adotadas pelos produtores são rigorosas.

"A chegada à produção só ocorreria se houver imprudência ou se uma ave migratória descer em um criadouro. Por enquanto, estão no litoral, distantes dos grandes criadores. Podem pousar em uma criação caseira, em um assentamento. Essas aves migram para o Rio Grande do Norte, para o Pantanal, Rio Grande do Sul", elucidou o professor.

Antonio Andrade, diretor de Comunicação e Relações Públicas do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), alerta para o prejuízo econômico potencial da doença. De acordo com estudos conduzidos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do sindicato, as perdas diretas e indiretas poderiam alcançar R$ 13 bilhões caso a influenza aviária chegue ao plantel comercial e não seja contida imediatamente.

"O Brasil nunca teve um caso do vírus em planteis comerciais. As medidas de segurança em defesa agropecuária, os programas desenvolvidos pelo Mapa e as medidas de biossegurança por parte dos produtores proporcionam esse status", afirmou Antonio. Os auditores fiscais federais agropecuários, responsáveis pela fiscalização, análise, coordenação e elaboração de planos de controle, têm realizado as análises de aves na região da Mata Atlântica, onde a maioria dos focos confirmados se localiza, no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em São Paulo. Mais de 40 mil testes laboratoriais já foram realizados.

A Necessidade de Reforço

Antonio Andrade destaca que a defesa agropecuária brasileira, reconhecida internacionalmente, é altamente capacitada para agir em casos como este, porém, manter esse cenário tem sido uma tarefa difícil. Segundo o sindicato, existe um déficit de servidores no setor, que conta apenas com 2.400 auditores fiscais federais, 200 a menos do que em 2001, quando o valor da produção agropecuária era um terço do atual.

Andrade ressalta ainda a escassez intermitente e insuficiência de recursos destinados à defesa agropecuária, assim como a deficiência de recursos em tecnologia da informação (TI). Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) indicou que a qualidade da TI do Mapa está abaixo da média dos demais ministérios.

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