Brasil envia resposta aos EUA sobre investigação que atinge o Pix

O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prepara-se para enviar nesta segunda-feira (18/8) uma resposta formal aos Estados Unidos diante da investigação aberta contra o Brasil por supostas práticas comerciais consideradas desleais por Washington. A medida busca reduzir o risco de novas punições, que podem incluir sanções adicionais e tarifas mais pesadas sobre produtos nacionais.

Foto: Presidência

Entre os principais alvos apontados pela administração norte-americana estão serviços de pagamentos eletrônicos, especialmente o Pix, acusado de prejudicar empresas americanas. Também pesa na avaliação dos EUA o bloqueio da plataforma Rumble, utilizado por grupos conservadores, após a recusa em suspender a conta de um foragido da Justiça brasileira que reside em território norte-americano.

Outro conjunto de acusações envolve críticas à falta de medidas anticorrupção e de transparência, além da ausência de proteção adequada à propriedade intelectual no país. O relatório dos EUA chega a citar a Rua 25 de Março, em São Paulo, conhecida pelo comércio popular, como exemplo de problemas nesse setor. Há ainda menção a supostas tarifas preferenciais concedidas pelo Brasil a outros países, sem que fossem especificados quais seriam esses parceiros.

"absolutamente legítimas" as medidas adotadas pelo Brasil e reforçando que a integridade das instituições nacionais “não é negociável”

Para reagir à pressão, o governo Lula também lançou campanhas publicitárias ressaltando a importância do sistema de pagamentos eletrônico. Frases como “o Pix é nosso, my friend” e “o Pix é dos brasileiros” foram utilizadas para reforçar que a tecnologia é uma criação do Banco Central e faz parte do patrimônio digital do país.

A crise diplomática teve início em julho, quando o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) anunciou a investigação com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 — mecanismo já utilizado para embasar sanções comerciais contra a China. A decisão foi tomada a pedido do presidente Donald Trump, que voltou a criticar medidas econômicas brasileiras, intensificando a tensão entre os dois governos.