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Economia

Empresa recém-criada em MG conquista área de mineração maior que o Distrito Federal

3D Minerals, sem histórico no setor, arrematou 116 áreas de minerais críticos em leilão da ANM

18/08/2025 às 12:33 por Redação Plox

Uma empresa mineira fundada pouco antes do leilão promovido pela Agência Nacional de Mineração (ANM) surpreendeu ao vencer, de forma isolada, o maior número de áreas com potencial para exploração de minerais críticos. A 3D Minerals, com sede em Belo Horizonte, garantiu o direito de pesquisa em 116 áreas distribuídas pelo país, somando 6.462 km² — extensão superior à do Distrito Federal.

Imagem Fachada do prédio onde funcional a empresa que obteve as áreas para exploração. Foto: Reprodução


Criada em 20 de junho de 2024, apenas 46 dias antes do certame, a companhia arrematou sozinha essas áreas durante o leilão realizado pela ANM em 5 de agosto de 2024, com lances que totalizaram R$ 54,8 milhões. Os dados foram divulgados em reportagem da Folha de S.Paulo.


Principais estados contemplados


A maior parte dos territórios adquiridos está no Mato Grosso, onde a empresa arrematou 61 áreas. Em seguida, aparecem:


Bahia: 22 áreas


Pará: 18


Goiás: 9


Roraima: 3


Paraíba: 2


Rondônia: 1


Os registros apontam que a 3D Minerals venceu áreas destinadas à pesquisa de 101 reservas de cobre, 13 de níquel e 2 de tântalo — todos classificados como minerais críticos, fundamentais para setores como eletrônicos, indústria bélica, veículos elétricos e baterias.


Estrutura modesta e origem recente


A 3D Minerals funciona em um escritório modesto no bairro Sion, em Belo Horizonte. No local, segundo a Folha, operam pelo menos outras três empresas da família dos sócios Eduardo Wanderley e Daniel Wanderley. Um funcionário que se identificou como “Mazinho” afirmou que o espaço funciona como um "coworking" da família e que nenhum representante estava autorizado a falar com a imprensa.


Apesar do volume de áreas conquistadas, a empresa nunca atuou no setor mineral antes e possui um capital social de apenas R$ 5.000. O regulamento da ANM não exige experiência prévia ou capital mínimo para participação no leilão.


Polêmica após o leilão


A 3D Minerals também está no centro de uma controvérsia envolvendo um de seus lances no Pará. A empresa afirmou ter cometido um erro ao registrar R$ 37,5 milhões em uma proposta, quando o valor correto seria R$ 3,7 milhões. A ANM aceitou a correção mesmo após a abertura dos envelopes, o que motivou questionamentos.


Após a divulgação do caso pela Folha de S.Paulo, o Ministério Público junto ao TCU solicitou a suspensão do resultado. O Tribunal de Contas da União entendeu que a empresa não apresentou justificativas convincentes, e o negócio foi suspenso.


Histórico dos sócios


Os nomes por trás da 3D Minerals também atuam no setor de construção civil em Minas Gerais, à frente das empresas Wanmix e Conserva de Estradas. Segundo a publicação do jornal, ambas foram citadas em investigações da Polícia Federal em 2018, ligadas à campanha de Aécio Neves (PSDB) em 2014. Na ocasião, ainda segundo o jornal Folha de São Paulo, suspeitas de repasses e doações disfarçadas foram levantadas, mas a Justiça posteriormente absolveu o senador.


Outras empresas participantes


Além da 3D Minerals, outras companhias também se destacaram no leilão de minerais críticos:


3A Mining: 40 áreas arrematadas; empresa paulista com capital social de R$ 95,9 milhões


Gestão de Ativos Brasil Administradora de Bens: 17 áreas; com sede em Santa Catarina e atuação anterior em terras raras


No total, 322 áreas com minerais críticos foram disputadas na rodada. Com seus 116 pedidos aprovados, a 3D Minerals conquistou mais de um terço das concessões.


Reações e medidas


O Ministério de Minas e Energia informou que o caso está sendo tratado pela ANM. A agência declarou que acompanha o cumprimento das obrigações das empresas vencedoras e pode aplicar medidas legais se necessário.


A ANM reconheceu que o processo está em revisão e anunciou parceria com a B3 (bolsa de valores) para aprimorar os próximos leilões. Segundo o órgão, as regras atuais se baseiam nos princípios de impessoalidade, livre concorrência e transparência.


O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) também se posicionou, por meio do diretor de Assuntos Minerários, Julio Nery. Ele afirmou que há necessidade de ajustes no modelo atual e sugeriu mais regularidade nos leilões. Estima-se que cerca de 70 mil áreas poderiam ser colocadas em disponibilidade pelo governo.

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