Menu

Siga o Plox nas Redes Sociais!

Não perca nenhuma notícia que movimenta o Brasil e sua cidade.

É notícia? tá no Plox
Economia

Petrobras pode elevar gasolina e diesel, influenciando inflação de 2025

Aumento impactaria inflação de fevereiro e beneficiaria importadores e produtores de etanol

20/01/2025 às 00:39 por Redação Plox

Uma possível alta nos preços dos combustíveis pela Petrobras pode ter reflexos significativos na inflação de 2025, sobretudo a partir de fevereiro. Especialistas destacam que o cenário atual de defasagem nos valores praticados nas refinarias em relação ao mercado internacional pressiona a estatal a reajustar os preços, o que beneficiaria importadores e produtores de etanol, mas pesaria no bolso do consumidor.

José Cruz/Agência Brasil - Arquivo

Defasagem histórica nos preços de gasolina e diesel
Os preços do diesel e da gasolina permanecem congelados nas refinarias da Petrobras há 383 e 188 dias, respectivamente. Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) mostram uma defasagem de 22% para o diesel e 13% para a gasolina em comparação com os valores praticados no Golfo do México. Até mesmo a Refinaria de Mataripe, que ajusta seus preços semanalmente, apresenta valores abaixo do mercado internacional, com o diesel 11% e a gasolina 7% mais baratos.

O presidente da Abicom, Sérgio Rodrigues, afirma que a Petrobras não precisa trabalhar com uma defasagem tão alta. "Prejudica não só importadores como produtores de etanol. O câmbio não tem expectativa de redução enquanto não houver equilíbrio fiscal, e o petróleo só aumenta. Se a companhia praticar um preço só um pouco abaixo da defasagem já ganha muito dinheiro", disse Rodrigues.

Impacto na inflação e no orçamento das famílias
O economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), alerta que um reajuste iminente nos combustíveis deverá pressionar a inflação, especialmente em fevereiro. Segundo ele, a gasolina, que compromete cerca de 5% do orçamento das famílias brasileiras, é um dos principais itens a preocupar.

Outras pressões inflacionárias, como o aumento nas tarifas de transporte público, mensalidades escolares e no IPVA, devem se somar ao reajuste dos combustíveis. No entanto, o economista ressalta que o impacto em janeiro será mitigado pela redução de 13% na conta de energia elétrica, decorrente de um bônus da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

"Em janeiro, o IPCA deve recuar em torno de 0,50 ponto percentual, mas o problema será em fevereiro. A inflação desse mês pode ultrapassar 1%, enquanto a de janeiro deverá ficar em torno de 0,2%", explicou Braz.

A escalada do petróleo e as sanções contra a Rússia
No cenário global, o preço do petróleo continua a subir, impulsionado por novas sanções contra o setor energético russo. O Brent, principal referência internacional, chegou a ser cotado a US$ 81,04 o barril, seu maior valor desde outubro de 2024.

 

De acordo com Isabela Garcia, analista da StoneX, essas sanções visam limitar os ganhos da Rússia com as exportações de petróleo e gás natural, mas geram preocupações sobre o equilíbrio entre oferta e demanda global. "Há dificuldades crescentes em negociar produtos russos no mercado internacional, enquanto a Opep mantém restrições de oferta", explicou Garcia.

Ela destacou que países como Índia e China, grandes consumidores de petróleo russo, podem buscar novos fornecedores, o que intensificará a pressão no mercado. Além disso, o endurecimento das sanções sob a administração de Donald Trump também foi mencionado como fator agravante.

Postura da Petrobras diante da pressão
Apesar das pressões internas e externas, a Petrobras ainda não anunciou um aumento nos combustíveis. Em declarações no final de 2024, a presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que a empresa estava lucrando mesmo com os preços "abrasileirados". O diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, também indicou que não havia "correria para reajustar os combustíveis".

Até o momento, a Petrobras não se manifestou oficialmente sobre um possível reajuste.

Compartilhar a notícia

Veja também
ECONOMIA

Consumo de energia elétrica no país aumenta 7,3% no primeiro trimestre de 2024

Classes residencial e comercial lideram aumento, impulsionadas por altas temperaturas e recuperação econômica

Salário mínimo de 2025 é fixado em R$ 1.518, mas valor segue distante do ideal
ECONOMIA

Salário mínimo de 2025 é fixado em R$ 1.518, mas valor segue distante do ideal

Mesmo com aumento de R$ 106, salário mínimo fica longe do recomendado por especialistas e DIEESE, que estimam valor acima de R$ 7 mil para suprir despesas básicas

Tarifa dos EUA derruba exportações brasileiras de café
ECONOMIA

Tarifa dos EUA derruba exportações brasileiras de café

Após taxa de 50% imposta pelos Estados Unidos, Alemanha e Bélgica superam americanos como principais compradores do café nacional em setembro de 2024

INSS tem menor quadro do ano e fila de benefícios atinge 2,6 milhões
ECONOMIA

INSS tem menor quadro do ano e fila de benefícios atinge 2,6 milhões

Redução de servidores não compromete análise, diz governo; automação responde por 40% dos processos e prazo médio de concessão cai para 42 dias.

para você
Governo libera 2 mil vagas em concursos públicos
EMPREGO

Governo libera 2 mil vagas em concursos públicos

Portarias autorizam seleção para cargos no INSS, ministérios, agências reguladoras e Forças Armadas

GERAL

Deslizamentos no Vale do Aço: um mês após a tragédia, cidades ainda enfrentam desafios na recuperação

Ipatinga mantém força-tarefa para limpeza e recuperação das áreas afetadas

Lula expressa cansaço antes de viagem à Ásia e evento com embaixadores
POLíTICA

Lula expressa cansaço antes de viagem à Ásia e evento com embaixadores

Presidente relata rotina intensa na véspera da ida à Indonésia e Malásia, com expectativa por anúncios importantes no governo.

Servidores da Copasa anunciam greve contra retirada de referendo na privatização
POLíTICA

Servidores da Copasa anunciam greve contra retirada de referendo na privatização

Trabalhadores protestam contra PEC que dispensa consulta popular para privatização da estatal mineira