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Economia
Crise no setor lácteo leva produtores mineiros a sacrificar gado
Importação recorde de leite e desvalorização do produto impõem desafios severos à pecuária leiteira em Minas Gerais
20/02/2024 às 00:37por Redação Plox
20/02/2024 às 00:37
— por Redação Plox
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Em 2023, o Brasil registrou um aumento significativo na importação de leite, totalizando 2,25 bilhões de litros, um salto de 68,8% em comparação ao ano anterior, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Esse volume marca um recorde nos últimos 23 anos, com o leite em pó liderando as importações e apresentando um crescimento de 83,4% em relação a 2022. A maior parte desse leite veio da Argentina e do Uruguai, membros do Mercosul, que aproveitam isenções tarifárias, provocando um déficit comercial de aproximadamente US$ 1 bilhão para o Brasil.
crédito: fotos: arquivo pessoal
Desafios dos Produtores Locais
Em Minas Gerais, especialmente em Pompéu, uma região central conhecida por sua vasta produção leiteira, os produtores enfrentam severas dificuldades financeiras. Muitos estão sendo forçados a sacrificar parte do gado para cobrir custos operacionais devido à queda nos preços do leite, que passaram de R$ 3,50 por litro em 2022 para R$ 2 no ano seguinte. Essa desvalorização, combinada com custos de produção estáveis, tem levado a cortes drásticos, incluindo a redução da mão de obra nas fazendas.
Contexto Nacional e Internacional
O Brasil, apesar de ser um dos maiores produtores mundiais de leite, enfrenta incertezas quanto à sua posição no ranking de produção devido à queda na produção de 35 bilhões de litros em 2021 para 34 bilhões em 2022. Subsídios governamentais a produtores na Argentina e medidas de apoio no Uruguai têm permitido que estes países exportem leite a preços mais baixos para o Brasil, exacerbando a crise no setor leiteiro nacional.
Medidas Governamentais e Perspectivas
Em resposta à crise, o governo federal anunciou duas linhas de crédito especiais para cooperativas de produtores de leite, totalizando mais de R$ 700 milhões, com juros reduzidos. No entanto, líderes do setor, como o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), questionam a suficiência dessas medidas, argumentando que são insuficientes para atender às necessidades do setor, que vê um futuro incerto diante do desequilíbrio comercial e da desvalorização do leite.