No último domingo, 18 de fevereiro de 2024, um grupo de deputados federais anunciou a intenção de protocolar um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação é uma resposta direta às declarações do presidente, feitas durante um evento em Adis Abeba, na Etiópia, onde comparou as operações militares israelenses na Faixa de Gaza ao Holocausto. Segundo a deputada Carla Zambelli (PL-SP), tal comparação constitui um crime de responsabilidade.0,
Controvérsia Internacional
A declaração de Lula gerou uma onda de críticas tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Autoridades e líderes mundiais, incluindo o presidente de Israel, Isaac Herzog, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenaram as palavras do presidente brasileiro. Herzog classificou a comparação de Lula como uma "distorção imoral da história" e apelou aos líderes mundiais para que se juntassem a ele na condenação dessas declarações.
Entidades representativas da comunidade judaica, como a Conib (Confederação Israelita do Brasil), também expressaram repúdio, considerando a fala uma "distorção perversa da realidade" que ofende a memória das vítimas do Holocausto e seus descendentes.
Fundamento Legal do Pedido
Os parlamentares baseiam o pedido de impeachment no argumento de que as declarações do presidente configuram "ato de hostilidade contra nação estrangeira", expondo o Brasil "ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade", conforme o Artigo 5º da Constituição.
Reações e Consequências
A polêmica não se restringe ao âmbito político. Especialistas e acadêmicos, como a professora de relações internacionais Denilde Holzhacker e o diplomata Paulo Roberto de Almeida, criticaram a postura do presidente, apontando para os riscos de distanciamento diplomático e a banalização do Holocausto. O Instituto Brasil-Israel e políticos de diversos espectros também se manifestaram, reforçando a crítica à comparação feita por Lula e alertando para o impacto negativo nas relações internacionais do país.
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