“Você é a melhor mãe. Sem você, não sei o que seria de mim”, diz filha adotada tardiamente

Em Minas Gerais, 53,7% dos interessados em adotar uma criança, preferem aquelas com até três anos

Por Plox

19/05/2019 13h37 - Atualizado há quase 5 anos

O caminho para a adoção muitas vezes é árduo e demorado. Mas, somado a isso, está o interesse de muitos candidatos à paternidade e maternidade em adotar crianças menores, deixando muitos adolescentes e pré-adolescentes sem a oportunidade de ter um novo lar. Em Minas Gerais, conforme informação do Cadastro Nacional de Adoção/Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), 53,7% dos interessados, preferem crianças de até três anos. No Brasil, os dados sobem para 92,7% de interessados por esse perfil, mas somente 8,8% aptas ao processo de adoção têm essa idade.

As irmãs Ana Luísa e Thayna com os pais adotivos Luciana e Gilmar e Toby, o mascote da família: aconchego, carinho e 'palavras certas' para educar (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Casal Luciana e Gilmar com as filhas Thayná e Ana Luísa- Foto: Marcos Vieira/EM/ D.A.Press

Para tentar mudar o cenário e estimular as adoções tardias, está sendo realizada a1ª Caminhada da Adoção, na Praça da Liberdade em Belo Horizonte. A ação é uma realização conjunta do Grupo de Apoio à Adoção de Belo Horizonte (GAA/BH) com o Grupo de Apoio à Adoção de Santa Luzia (Gada), com a Fundação CDL Pró-Criança, TJMG e CDL/BH.

Nem tudo está perdido, e o casal Luciana de Freitas Barbosa Carvalho, 38 anos, e Gilmar Pereira de Carvalho, 58, de Contagem, contrariaram as estatísticas. Casados há uma década, eles queriam adotar um bebê recém-nascido, menino ou menina, sem distinção de cor ou raça. Mesmo sem problemas para terem seus próprios filhos, o casal resolveu adotar as irmãs Ana Luísa Barbosa Carvalho, 13, e a pequena Thayná Barbosa Carvalho, 8, em 2016. Moradoras de um abrigo, elas são naturais da cidade de Patrocínio e são irmãs biológicas. Gilmar já tem filhos naturais e até um neto. A decisão de adotar crianças um pouco maiores veio dele, que conta aos risos que ao ver o neto correndo pela casa “senti que não dava conta de um bebê de novo “Quando o vi correndo dentro de casa, durante alguns dias em que ficou aqui”. Na cartinha de Dia das Mães, as meninas escreveram: “Você é minha vida. Mãe linda e guerreira, forte e apaixonada. Mãe, eu adoro sua comida”, disse Thayná. “Você é a melhor mãe. Sem você, não sei o que seria de mim”, escreveu Ana Luísa.


(foto: Arte)

Atualizada às 10h30

Destaques