Tortura e extorsão: homem é preso após ex-namorada aplicar golpe

O namorado da mulher acusada do chamado “golpe do amor” foi preso em flagrante pela 62ª DP (Imbariê) após supostamente torturar e extorquir a ex, segundo avança a investigação.

Foto: Reprodução

Horas antes da prisão de Raquel de Melo Pereira, no Aeroporto do Galeão, agentes estreitaram as suspeitas sobre o namorado, que teria recorrido à violência auxiliado por três traficantes do Comando Vermelho, na comunidade Vila Sapê, em Duque de Caxias.

A vítima, que havia furtado cartões de crédito do próprio namorado e dos sogros, causou um prejuízo estimado em cerca de R$ 15 mil. Após esse golpe, o homem exigiu que a mulher confessasse o crime, devolvesse o dinheiro e reembolsasse valores — sob ameaça e violência física.

“Ela foi ameaçada de levar tiro na mão; foi mordida e apanhou nas pernas com uma barra de ferro. Passou a madrugada inteira dentro da favela sendo torturada física e psicologicamente”, relatou o delegado Carlos Eduardo Rangel.

A tortura não cessou após sair da favela: o acusado continuou cobrando a vítima, ameaçando enviá-la de volta para ser executada, caso ela não pagasse. Conversas com traficantes foram encontradas por policiais, comprovando a extorsão e o crime de tortura.

Raquel foi detida na quarta-feira (18) no Galeão, prestes a embarcar para o Espírito Santo — possível fuga financiada com os próprios cartões desviados. A polícia constatou que ela, que cumpre pena por estelionato desde dezembro de 2024 e possui mais de 18 anotações por fraudes, também usou os cartões para reservar acomodação e comprar passagem.

Investigações mostram que, aproveitando-se da confiança do relacionamento iniciado em uma corrida de aplicativo entre Caxias e Magé, há seis meses, ela furtou os cartões ao se oferecer para ajudar após as compras suspeitas. Ela efetuou transferências por Pix e boletos a seu favor.

A mulher responderá por furto qualificado e estelionato, pena prevista de 4 a 12 anos, enquanto o namorado foi autuado por extorsão qualificada e tortura.

A polícia segue apurando a participação de membros do Comando Vermelho no caso, além de possíveis novos crimes relacionados ao esquema.