Futuro de Sabino no governo será decidido em encontro com Lula

A permanência de Celso Sabino no comando do Ministério do Turismo será decidida nesta sexta-feira (19), durante uma reunião no Palácio da Alvorada entre o ministro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A conversa se dá em meio a uma crise desencadeada por uma determinação do União Brasil, partido de Sabino, que exigiu a saída imediata de todos os seus filiados que ainda ocupam cargos no governo federal. O ultimato foi emitido na tarde de quinta-feira (18), por meio de uma nota oficial, e deu prazo de 24 horas para o cumprimento da decisão.

Diante disso, Sabino cancelou compromissos que teria em Belém para comparecer ao encontro com Lula, onde será discutido se ele deixará ou não o posto que ocupa na Esplanada dos Ministérios. A ordem do União Brasil antecipa o plano anterior da legenda, que previa o desligamento até o fim de setembro.

A decisão partidária acontece logo após o nome do presidente do União Brasil, Antônio Rueda, ter sido associado a uma investigação da Polícia Federal. A apuração trata da participação de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em operações ilegais no setor de combustíveis e no mercado financeiro. Conforme relatado por um piloto à PF, Rueda seria o proprietário oculto de jatos usados por membros da facção criminosa.

Em resposta à repercussão, o União Brasil divulgou nota prestando solidariedade a Rueda e questionando o momento da divulgação das informações. $&&$“Causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no governo federal”$, afirmou a legenda. O partido também acusou o Executivo de usar a PF politicamente para desgastar a imagem de Rueda e minar a oposição.

Tentando afastar suspeitas, Rueda se reuniu com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e colocou seus sigilos bancário e fiscal à disposição. Ele também apresentou comprovantes de pagamentos por voos feitos com uma empresa de táxi aéreo, além de registros da empresa em bases públicas, incluindo o TSE, para demonstrar que ela prestou serviços a diferentes autoridades, inclusive membros do próprio governo Lula.

Ainda nesta semana, Rueda também solicitou uma audiência com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e compartilhou com a Executiva do partido todos os recibos relacionados aos voos citados nas investigações. A crise política interna se intensifica com o União Brasil, que, em federação com o PP, já sinalizou apoio a uma possível candidatura de oposição nas eleições presidenciais de 2026.