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Polícia
Modelo travesti é brutalmente agredida por vizinhos em Guaianases
Patty Michelletti, de 26 anos, foi atacada com machado e tijolo em crime motivado por transfobia na Zona Leste de São Paulo
19/11/2025 às 07:33por Redação Plox
19/11/2025 às 07:33
— por Redação Plox
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A modelo e travesti Patty Michelletti, de 26 anos, foi vítima de uma violenta agressão cometida por vizinhos em Guaianases, na Zona Leste de São Paulo. O ataque ocorreu no sábado (15) e foi registrado por câmeras de segurança da rua.
A jovem de 26 anos foi atacada na área onde passou sua infância.
Foto: Arquivo pessoal
Jovem sofreu ataque com um facão
Foto: Arquivo pessoal
Invasão e violência registrados em vídeo
Pelas imagens divulgadas, pelo menos seis pessoas aparecem tentando invadir a casa onde Patty mora com a tia, que também é travesti. O grupo arrombou a porta do imóvel utilizando um machado. Segundo Patty, ela cresceu e sempre viveu no bairro. Ela relatou que, após iniciar sua transição de gênero, passou a sofrer preconceito dos vizinhos.
Motivo da confusão e início das agressões
No sábado, a situação se agravou após vizinhas terem atitudes transfóbicas contra a tia de Patty. A modelo foi tirar satisfação e informou às agressoras que processaria o grupo. De acordo com Patty, a discussão começou de manhã, quando uma das vizinhas a ofendeu usando seu nome morto e xingamentos. Durante a noite, por volta das 20h, ela ouviu o portão de sua casa sendo arrombado enquanto se preparava para dormir.
Relato do ataque e as consequências
Eu estava sozinha, eram várias pessoas e eles tinham armas. Me deram uma voadora no peito e uma delas veio com um tijolo e bateu na minha cabeça. Quando eu agarrei ela, a irmã veio com um facão e deu uma facada na minha cabeça. Depois, o marido me bateu enquanto ela tentava dar facadas no meu rosto e no meu pescoço, gritando que ia me matar. Os homens gritavam que eu tinha que apanhar ‘igual homem’.
Patty Michelletti ao G1
Uma pessoa que tentou separar a briga também foi impedida pelos agressores. O ataque só terminou após a intervenção de outra vizinha. Patty sofreu cortes na cabeça, no braço e nas costas, além de apresentar hematomas por todo o corpo.
Preconceito recorrente e impacto emocional
O episódio reforçou para Patty o sentimento de não ser acolhida no próprio bairro, onde cresceu. Ela relatou que a família agressora sempre impediu que brincasse com outras crianças e constantemente a ofendia com o uso do nome morto. Segundo Patty, a necessidade constante de reivindicar respeito gera tristeza e revela a crueldade do preconceito enfrentado por pessoas trans.
Investigação em andamento
Patty registrou boletim de ocorrência no 50º Distrito Policial do Itaim Paulista por transfobia. Ela se afastou do bairro para se recuperar dos ferimentos. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que instaurou um inquérito para investigar os crimes de discriminação e tentativa de feminicídio. Informações relatadas pelo portal G1.