Um vídeo gravado por testemunhas mostra uma idosa sendo agredida com um fuzil por um policial militar do 20º BPM (Mesquita) na noite desta quarta-feira (17), em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Nas imagens, é possível ver pessoas tentando intervir enquanto a mulher é atacada. A vítima foi identificada como Gláucia da Silva, de 65 anos.
Policial agride idosa com fuzil no RJ
Foto: Reprodução
Segundo relato da família, todos tinham assistido à partida entre Flamengo e Paris Saint-Germain em um bar de um primo. No caminho de volta para casa, Gláucia percebeu que havia perdido a chave e pediu que o sobrinho retornasse ao estabelecimento para procurar o objeto.
Ao voltar ao bar, a idosa encontrou o sobrinho sendo abordado por policiais na porta do local. De acordo com a neta, ela se aproximou para explicar que o homem era comerciante e trabalhador. Testemunhas relataram que o policial, identificado como 1º sargento Mosar Rocha dos Santos Junior, estava exaltado e discutindo.
As imagens mostram o momento em que o agente desfere um golpe com o fuzil na direção do peito da idosa, que cai no chão. A cena gerou revolta entre familiares e moradores que presenciaram a abordagem.
Foi então que o policial, sem qualquer motivo aparente, golpeou-a com o fuzil, fazendo-a cair no chão. Ela não ofereceu resistência e não representava qualquer ameaça ao policial. A agressão foi gratuita e desnecessária, e minha avó sofreu lesões físicas e emocionais. neta da vítima
Em outro trecho do relato, a neta afirma que a avó é uma idosa indefesa e diz querer que o policial seja punido de acordo com a lei, que a vítima seja tratada com respeito e dignidade e que tenha seus direitos assegurados, incluindo apoio para se recuperar das lesões sofridas.
No vídeo, após a agressão, é possível ouvir o policial dizer “fica pra trás” e “pode filmar”.
De acordo com a família, Gláucia precisou receber medicação para dor em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A Polícia Civil informou que o caso é investigado pela 57ª DP (Nilópolis) e que o inquérito está em andamento.
Em nota, a corporação comunicou que policiais militares e a vítima já foram ouvidos e que outras diligências estão sendo realizadas para esclarecer o episódio.
A neta contou ainda que a avó está bastante abalada psicologicamente, chorando com frequência e sentindo vergonha pela exposição e por ter tido que ir à delegacia.
A Polícia Militar informou que foi instaurado um procedimento apuratório para analisar a conduta do policial envolvido no caso. Como medida administrativa preventiva, o agente foi identificado e afastado das atividades operacionais nas ruas.
Segundo a corporação, o procedimento interno tem por objetivo apurar os fatos e adotar as medidas administrativas e disciplinares cabíveis, conforme o regulamento interno. A PM afirmou ainda que não compactua com desvios de conduta ou excessos e diz atuar com responsabilidade e transparência na apuração de ocorrências envolvendo seus integrantes, garantindo a observância do devido processo legal.
